O prazer nada mais é que toda sensação de bem estar causada no indivíduo. As pessoas costumam, de uma forma geral, demonstrarem alegria e satisfação ao sentirem prazer. Na filosofia, o prazer é um estado afetivo agradável de ordem física no sentido estrito e, nesse sentido, sinônimo de gozo ou de volúpia. Por extensão, satisfação moral em que predominam elementos de ordem intelectual ou espiritual sobre os elementos sensíveis ou fisiológicos. Ultimamente a vida cotidiana está tão acelerada, que o ser humano busca o tempo todo incorporar demandas no seu dia-a-dia, sem se quer perceber ou avaliar à real necessidade de determinadas ações.
As rotinas impostas pela sociedade são cada vez mais intensas, incluindo demandas de trabalho, compromissos com casa, família, reuniões presenciais e virtuais, dentre tantas outras rotinas, que se tornam incontáveis e nos faz acreditar que 24 horas no dia já é muito pouco para os nossos afazeres. E se eu tivesse o poder de te ofertar mais 24 horas ao seu dia? O que você faria com elas? Já se perguntou sobre isso? Continuaria na correria diária, descansaria? O tempo todo somos impostos a um ritmo de aceleração extremo no modo de viver, na maneira de agir e na maneira de pensar, e essa aceleração nos leva a uma compulsão pela busca do prazer de ter e fazer algo, que muitas vezes nos acarreta uma série de problemas sem que nem percebamos.
A compulsão é uma exigência interna que faz com que a pessoa seja levada a agir de determinada forma, para realizar certas coisas, que lhe tragam satisfação, alegria, contentamento, dentre outras sensações de bem estar. Ela pode levar a busca desenfreada pelo prazer, e essa compulsão pode se dar de diversas formas, como por exemplo: compulsões pelos mais variados elementos, como alimentos, exercícios, dinheiro, compras, uso da internet, jogos, sexo e até mesmo trabalho. Dessa forma, a humanidade vem agindo numa busca desmedida e imediata pelo prazer, que muitas vezes, aquilo que deveria ser apenas um hábito, passa a tomar conta da nossa personalidade, por ultrapassarmos os limites e exagerarmos na dose das coisas.
Falar sobre imediatismo e aceleração nos convoca a falarmos sobre o tempo também e esse tempo do outro não é igual ao seu! Mas o porquê nos comparamos com a régua desse sujeito ao nosso lado? Por que sempre achamos que a grama do vizinho é mais verde? Mesmo muitas vezes sabermos que as condições para que isso ocorra são diferentes? Metas e mais metas, tentativas de encaixes em padrões, sofrimentos e dores, e isso acaba sendo um dos motivos pelo qual a todo o momento vivendo nesse imediatismo buscamos refúgio nessas compulsões, e sim, refúgios, saídas, fugas negativas.
Esse exagero, essa busca incansável por satisfação e prazer, tem desenvolvido pessoas exaustas, sobrecarregadas, estressadas, muitas vezes “gritando” silenciosamente por socorro. E essas mesmas pessoas, em muitos casos, são vistas com adjetivos como: guerreiras, lutadoras, exímias de suas funções e assim seguem cansadas, mas ao mesmo tempo fazendo check list de infinitas funções inalcançáveis. Dessa forma, é preciso repensar o nosso dia-a-dia, rever algumas posições e comportamentos e diminuirmos mais a intensidade das coisas.