A romanzeira ou pé de romã, em hebraico Rimmôn, é uma pequena árvore, ou até um arbusto pertencente à família “Punica Granatum” – nome latino – e no vernáculo mais purista, diz-se Romãzeira.
No sul da Espanha existe uma linda cidade, que foi a capital dos reinos de Castela e Aragão, conquistada aos árabes em 1492 pelos reis católicos, chamada romã = Granada.
Cresce silvestre no Oriente Médio e principalmente na Palestina, onde existem três cidades com o nome desse fruto, Rimon, Gate Rimon e En-Rimon. Da Palestina, através da Diáspora, foi levada a todo o mundo, inclusive, depois dos descobrimentos, ao Novo Mundo e posteriormente à Austrália e à Nova Zelândia.
A importância e o simbolismo da romã é milenar. Na idade média, era considerada como um fruto cortês e sanguíneo, aparecendo em contos e fábulas de muitos países. Já era conhecida dos hebreus nos templos bíblicos, tendo uma pintura dela no templo de Salomão.
A romãzeira foi consagrada à deusa Afrodite, pois acreditava-se nos seus poderes afrodisíacos. Os gregos consideravam-na o símbolo do amor e da fecundidade e era utilizada como oferenda aos deuses, as mulheres consumiam-na em eventos religiosos para evocar a fertilidade. Para os judeus, era um símbolo religioso simbolizava a esperança. Para os árabes simbolizava os poderes medicinais de seus frutos. Já para os chineses, a romã era símbolo da longevidade. Na Armênia é símbolo de fertilidade, abundância e casamento.
Outra simbologia da romã é a prosperidade. Em diversas culturas (inclusive no Brasil), acredita-se que esta fruta “chama dinheiro”, daí a tradição de comer romã na passagem de ano e separar sementes para guardar na carteira durante todo o ano, como amuleto da sorte.
Não é por acaso que foi a planta sagrada para Vênus ou Juno, a deusa padroeira dos casamentos frutíferos, e as noivas romanas e gregas costumavam tecer ramos de romã em seus cabelos para propiciar a fertilidade dos casamentos. Parece que esta tradição ainda está viva em algumas zonas da Grécia onde se costumam plantar uma romã depois do casamento, no jardim da casa onde vão viver os noivos. Mesmo durante as festas em homenagem à Deusa Deméter, os atenienses comiam os frutos da romã como um bom presságio de prosperidade e fertilidade.
Esta simbólica fruta aparece ainda em várias pinturas que retratam Maria e o menino Jesus, como o famoso quadro “La Madonna della Melagrana”, de Botticelli, que traz a imagem de Cristo com uma romã aberta na mão, como símbolo de grandeza espiritual.
O grande número de bagas que a romã possui e a sua propriedade afrodisíaca, fez com que a mesma fosse considerada, na simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e da riqueza. Este talvez seja o significado mais correcto para as romãs colocadas sobre as colunas de Salomão, rei em cujo reinado teve lugar a introdução da romã como bebida.
A principal lição que devemos levar sobre as romãs está na forma como as sementes se mantêm unidas “ombro a ombro”. Apesar de seus formatos e tamanhos diferentes, as sementes apoiam-se em perfeita união. São inúmeras e, como nós, espalham-se pelo planeta.