Renato Russo estava errado. Quando ele disse que a próxima geração seria a coca-cola, ele estava errado. O mundo de hoje está vivendo o período da geração fake. Uma geração que adora promover uma notícia falsa, postar fotos lacradoras, e ostentar uma vida que não existe.
No Brasil e no mundo, não se sabe mais ao certo o que podemos acreditar ou não. Segundo a revista Forbes Brasil, em uma matéria publicada em 25 de junho de 2018, o relatório do Reuters Institute Digital News Report, órgão filiado a Universidade de Oxford, UK, apontou que o Brasil lidera o ranking de fake news em 3º lugar, com 35% das pessoas já tendo sido vítimas de fake news. Em um país com 250 milhões de habitantes, isso são mais de 87 milhões de pessoas. A Espanha aparece em 6º lugar, com 29% da população.
Como método de divulgação favorito, as fake news invadem e se espalham pelas redes sociais. Os grandes “gênios” que debatem todos tipos de assuntos na internet, se encarregam do processo de divulgação e assimilação das fake news. Afinal, “uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma verdade”.
E do topo da pirâmide, a essência desta frequência vibracional de geração fake escorre para a base da pirâmide, onde do mais importante, que é a manipulação de Governos, chega ao mais trivial, que é a ostentação de uma vida falsa, para manipulação da opinião.
A lista é extensa. São pessoas que utilizam fotos falsas em seus perfis, que utilizam trinta e cinco filtros, que fazem montagens. Tudo para mostrar para os outros que ostentam algo que não são.
Creio que o selo oficial de que nós chegamos ao fundo do poço foi quando o Discovery Channel, e também o canal Animal Planet, transmitiram um documentário alegando que sereias existiam e estavam vivendo pacificamente ao nosso redor. A polêmica foi tanta, que os dois canais tiveram que se retratar depois disso. E a nova onda do momento é que tudo não se passava de um “docufiction” ou um “pseudocumentário”. Óbvio né gente. Quando nós não queremos admitir que fizemos uma tremenda de uma burrada, nós inventamos nomes chiques para justificar o ato.
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Não sabemos mais o que é verdade o não. Os gráficos digitais já chegaram ao patamar de imitar imagens reais. Um aplicativo chamado DeepFake, é capaz de reproduzir digitalmente a sua imagem e a sua voz, fazendo com que a sua imagem perante uma sociedade leiga seja totalmente denegrida em questão de segundos. Ainda mais com o poder de divulgação dos “gênios” da internet, quais citei no início deste artigo.
“Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais”, Alexandre Herculano (1810 – 1877), poeta e escritor português, já tentava nos avisar desde cento e cinquenta anos atrás.