Imagine sua aplicação em produção, passando por uma rigorosa bateria de testes para alcançar esse estágio. Tanto em sua mente quanto na dos desenvolvedores, tudo flui perfeitamente, sem contratempos. Isso se deve à competência do time de desenvolvimento, que assegura a não implantação de uma aplicação com bugs e falhas em um servidor de produção. Até que o servidor começa a apresentar anomalias, um acesso indevido na rede foi capaz de comprometer todo o servidor e o time não sabe o que aconteceu, todos foram pegos de surpresa.

Situações como essas são bastante comuns no universo da tecnologia, onde falhas não intencionais podem passar pelo código desenvolvido pela equipe, resultando em um zero-day que pode comprometer todo o sistema de uma aplicação. Importante ressaltar que isso não é atribuível à incompetência do time, uma vez que imprevistos acontecem. Mesmo com a maior competência, é inevitável que surjam problemas, já que nem tudo está sob controle da equipe. Falhas em códigos de terceiros, como uma biblioteca utilizada para consultas no banco de dados, podem, por exemplo, inadvertidamente introduzir um zero-day no código, porém desenvolvedores de software estão sempre buscando vulnerabilidades para "corrigir", ou seja, desenvolver uma solução que lançarão em uma nova atualização.

De acordo com a wiki:

Um zero-day, também chamado de dia 0, refere-se a uma vulnerabilidade de software de computador que é desconhecida para os interessados em mitigá-la, incluindo o fornecedor do software alvo, ou é conhecida, mas ainda não foi desenvolvido um patch. Enquanto essa vulnerabilidade não for mitigada, hackers podem explorá-la para impactar negativamente programas, dados, outros computadores ou uma rede. Uma exploração direcionada a um dia zero é denominada exploração de dia zero ou ataque de dia zero.

Como enfrentar desafios desse tipo? Diante da gravidade do incidente, os desenvolvedores podem sentir a pressão de implementar soluções que talvez não sejam cuidadosamente selecionadas, devido à necessidade urgente de uma atualização imediata para resolver problemas que já estão impactando a produção. Infelizmente, em alguns casos, a correção da falha resultou em um caminho que levou ao mesmo problema original ou introduziu um novo método que, essencialmente, contornou a solução inicial proposta pelos desenvolvedores.

O ideal é promover uma análise cuidadosa do problema pela equipe, encorajando a tomada de decisões que efetivamente tragam uma solução e mitiguem o problema de forma imediata, sem a pressão de prazos apertados. Nestes momentos, a habilidade de manter a calma para tomar decisões precisa ser especialmente aguçada. Isso permitirá que os desenvolvedores avaliem minuciosamente as opções disponíveis, escolham a abordagem mais adequada e garantam que as correções implementadas sejam eficazes a longo prazo.

Muitas empresas escolhem adotar políticas de segurança para estabelecer diretrizes claras diante de possíveis eventos problemáticos, oferecendo um caminho definido a ser seguido. É sempre benéfico realizar testes de implementação dessas diretrizes, aprimorando constantemente os procedimentos. Isso contribui para melhorar a resposta a incidentes, permitindo respostas rápidas e proporcionando uma conclusão clara para os problemas identificados.

É importante lembrar que a segurança é um desafio em constante evolução, e a abordagem para lidar com ameaças 0day deve ser flexível e adaptável às mudanças no cenário de ameaças. A colaboração, a atualização constante de conhecimentos e a prontidão para responder a incidentes são elementos cruciais para proteger uma organização contra essas ameaças complexas e dinâmicas.

A famosa frase “elo mais fraco é o ser humano”, levando isso em consideração, tudo está propenso a falhas e por consequência do zero-day, já que nós humanos criamos e movimentamos esse mundo tecnológico.

A vigilância constante é essencial quando se trata de código em produção. Não podemos presumir que, por ter passado por diversos testes, o código esteja imune a vulnerabilidades quando entra em ambiente de produção. Essa crença pode ser enganosa.

A realidade é que, mesmo após uma fase rigorosa de testes, novos desafios e ameaças podem surgir no ambiente de produção. Portanto, a cautela contínua é imperativa. Apenas através de uma postura atenta e pronta para adaptações podemos garantir a segurança e o desempenho ideais do sistema em operação. Esteja alerta e preparado para enfrentar os desafios que podem se apresentar mesmo após a implementação, pois a segurança é um processo contínuo, não um destino final.