Há dois dias atrás peguei a mim mesmo refletindo sobre o que aconteceu com a humanidade nos últimos anos. Tentando analisar em quando foi que começamos a modificar nossos valores. Nossas virtudes. Quando foi que a nossa sociedade passou de admirar as verdadeiras coisas boas da vida para admirar conquistas da vida cotidiana.
Eu conversava com uma das minhas afilhadas (uma das e dos 40 jovens que eu adotei...), e lhe explicava que na minha visão de sociedade ideal, nós tínhamos que voltar nos tempos onde, em um lar, somente um trabalhava enquanto o outro cuidava da casa.
Antes que eu seja apedrejado e escalpelado pelas feministas de plantão, permita-me esclarecer que eu não estou dizendo que a mulher especificamente tem que cuidar do lar enquanto o marido trabalha. E sim que um dos dois deve trabalhar fora enquanto o outro cuida do lar. Eu mesmo quando casado, no ano de 2009 quando fiquei desempregado, era a minha ex-esposa que sustentava as contas da casa, enquanto eu cuidava e fazia todas as tarefas do lar.
Por que? Porque nosso lar é o nosso Templo. É onde comemos, é onde criamos nossos descendentes, é onde recarregamos nossas baterias, em resumo, nosso lar é onde literalmente vivemos. Em nosso lar é onde estabelecemos a nossa frequência de vibração para encarar o dia seguinte. E sendo assim, o cuidado com nosso lar deve ser a prioridade em nossas vidas.
Mas por alguma razão nossos valores foram invertidos. A dona (ou dono) de casa, que antes era visto como uma responsabilidade, agora, por alguma razão é vista como uma pessoa que não venceu na vida. Uma pessoa que nunca fez nada de útil, e que não tem absolutamente nada a produzir para o mundo. Por alguma razão, passamos a enxergar que alguém bem sucedido, seja homem ou mulher, é aquele ou aquela que atingiu um cargo “importante”. Sem dar-nos conta, de que a importância do trabalho de alguém não está na competição da vida diária, assim como os verdadeiros valores não estão na conquista do dinheiro.
Por alguma razão quando olhamos para a pirâmide, enxergamos somente a jóia reluzente e exótica no topo, sem admirar as fortes e colossais pedras da base. Quando olhamos o Empire State Building ou a Golden Gate Bridge, sempre pensamos no quanto brilhante é o engenheiro por detrás da construção, porém nunca pensamos nos milhares de trabalhadores que dedicaram horas de suas vidas para poder dar vida aquela criação. Assim como nunca nos lembramos do pessoal da limpeza, ou da cozinha, ou de qualquer outra classe operária que for. Porque por alguma razão, nós paramos de nos respeitar como indivíduos, para passar a nos respeitar por status.