Repensando a arquê ( o Passado) do nosso país, não será difícil concluir que, de facto, Portugal é mesmo filho das “ Divinas Trevas”!
Trevas, nas relações de vinculação entre Mãe e Filho ( D. Afonso Henriques e D. Teresa …); Divinas, pois reinados como o de D. Dinis e D. Isabel, foram divinizantes com milagres e sonhos de Descobertas e Mundos nunca antes navegados. Voltamos às Trevas com o domínio Filipino e ao Divino com a Ínclita Geração! No entanto há sempre o Encoberto Portugal a fazer jus a D. Sebastião…o Mistério!
Mas Portugal não é só uma figura de estilo como esta, a Antítese: os Portugueses são os melhores a criar, a inventar e os piores a fazer contas, de subtrair e multiplicar….São os melhores Chefs de Cozinha e os piores a saber comer saudável! Somos um país envelhecido com comportamento adolescente; será que vamos precisar de importar crianças ???
Enfim, posso estar a exagerar mas a Hipérbole é uma outra das figuras de estilo que assenta que nem uma luva, ao nosso país!
Exagero no Turismo que nos sufoca; exagero nas promessas políticas; exagero nos compadrios; exagero nas lamentações…Afinal, trata-se de uma pesada herança judaico-cristã! Exagero nos Santos que festejamos em romarias estridentes, nas ruas de muitas e desvairadas gentes: do Santo António, do S. João e do S. Pedro, não esquecendo os 3 FFF: Fado, Futebol, Fátima!
O Sagrado e o Profano de mão dada; isto é, as Antíteses e as Hipérboles de braço dado!
Falta a Metáfora! O aproximar realidades distantes e aparentemente impossíveis entre si; aproximar o Sonho de uma Realidade concreta e definida, Aqui e Agora, no século XXI.
Falta um segundo Renascimento. É urgente a busca do Mundo Espiritual e místico; descobri-lo cá dentro, numa geografia sagrada que existe no coração de nós; coreografá-la no nosso corpo e alma, nos nossos corações e espírito e actualizar a frase do nosso querido poeta Teixeira de Pascoaes “ Tenho Saudades de futuro”!
Falta actualizar o cantar camoniano; a clarividência de Agostinho da Silva; o Sagrado Feminino de Dalila Pereira da Costa e a Identidade Plural de Fernando Pessoa; falta Re- nascer! Amar o Mar, com Sophia de Mello Breyner!
Os afectos materializam-se através das nossas vontades, sonhos e convicções, através do pensamento! Que o Futuro comece, aconteça já, com o entusiasmo de sermos seres de luz, caravelas pessoanas, Faróis com o Coração ao Leme!