Aqueles abertos ao influxo do plano espiritual estarão destinados a instruir e compartilhar deste dom supremo do conhecimento, através do canal que sois.
Adentramos então nos eons do tempo na era de aquário, de visão clara e conectada à inteligência universal e portanto, cheia de Inspirações e Confiança. A era aquariana traz consigo a beleza de um processo inspirador, de elevada natureza e manifestada na matéria. Este canal, de passagem da energia deve ser usado para materializar o plano criador, na dimensão do viver. Consideramos o plano criador, como agrupamentos de ideias superiores que estão acima e precisam descer sob a presente humanidade, através de cada um. De cada ser humano de percepção já ampliada, visão penetrante e reconhecimento do potencial ilimitado deste vale, com seu poder de inspirar, dar asas ao que parece impossível materializar, conferindo forma e sentido a grande obra. A grande obra seremos, quando conduzidos por esta sabedoria que atrai, reflete e irradia a força da transformação, inflamada pelo reino dos fogos, desconstruirá as máscaras do pequeno eu, purificando tais tendências egóicas e demasiadamente humanas.
Desprovidos de desculpas, fluímos como um rio de emoções cristalinas, claras e precisas, florescendo novas ideias, conhecimentos e condicionamentos, com a consciência das estrelas, mas como seres terráqueos? Aqui, contudo, não é tão simples assim, haveremos de morrer antes de morrer, porque como estamos não seria possível, exceto que vivamos esta transformação radical, onde renunciamos de tudo que somos, de todo apego e medo, qualquer modo de aprisionamento psíquico para deixar florescer a mudança, onde consumidos pelo fogo da transformação poderemos prosperar. A etapa final da águia, de mudanças necessárias e aceitação da dor que acompanha toda perda. Dito sim à morte ou ao abandono de velhos grilhões, estaremos de volta ao fluxo natural do criador, livres e libertos das armadilhas, ou tudo que restringe ou impede a vida em sua totalidade.
O sol criativo volta agora a brilhar radiante e passamos a escutar a voz do coração, nosso sol, onde reside o fogo espiritual. Do seu interior florescerá a rosa das nossas realizações conscientes e discernidas em alto grau de freqûencia vibratória.
Esta condição de ser Sol, uma bola de fogo alada onisciente, esta que vê a totalidade, e é capaz de perceber o que escapou à harmonia, traz sabedoria e conhecimento, infundindo na consciência a luz da transformação, gerando e amadurecendo algo de novo e transformador na humanidade, como em um processo alquímico que, ao findar-se fará a consciência permear todos os aspectos do nosso ser, em harmonia com a luz que inunda e nos guia. A sabedoria abrange amplos poderes de discernimento e alcança a mente superior criativa refletindo diretamente na realidade cocriada, livre de pré concepções, ela chega antes, direta da fonte fazendo-nos florescer o que foi aspirado. Este discernimento provindo de ideais superiores não pode ser alcançado através do intelecto apenas. Será preciso a Presença integral do Corpo, da Mente e da Alma, em consonância com o Universo, e os eons do tempo.
A ciência deve paramentar-se com as múltiplas cores da verdade; seu elemento deve ser a verdade;, para que, assim, possamos discutir à Luz trina do conhecimento científico, filosófico e creador; portanto, do experimento; do honesto raciocínio; e do desperto sentimento. O que comprova uma teoria cientificamente é o fato dela não ser infalível; e o que demonstra sua utilidade é se faz sentido. Temos o dever moral de confiar na Verdade, mas não sem buscar experimentá-La direta, correta e completamente. Sua vibração , portanto, provoca um estado de ser que, naturalmente, produz no Ser Humano, uma ação no seu experimentar direta, correta e completamente o real das coisas. Ser Humano mais do que humano exige tanto de experiência quanto de reflexão. A reflexão é um estado de ser que, naturalmente produz uma ação no seu discernir acerca do verdadeiro caminho que se deve conhecer, sentir e seguir. Não há como ir do lado material para o lado espiritual da mente sem cruzar a ponte do coração.
Completude e União, em um nível mais elevado do ser e em conformidade com a sua natureza original.
Pensar é uma atividade que fixa a mente em coisas concretas, externas, visíveis. Assim a mente se distrai, se dispersa e se mantém voltada para o que os sentidos representam. À medida que utilizamos a mente concreta, intelectual e psíquica como instrumento, e não mais nos subordinamos a ela, esses três lados da mente começam a se unir, a se harmonizar e se fundem em um pequeno instrumento com as melhores vibrações de cada um. Assim o lado material da mente vai ficando mais receptivo aos impulsos superiores. Ao se processar essa união na mente, as características do seu lado material, vão-se atenuando. As vozes críticas, da discriminação, dos julgamentos, dos preconceitos, das preocupações, dos raciocínios vão se calando. Quando a mente já está num relativo silêncio e mais ou menos limpa da negatividade, é que podemos sentir o impulso para mergulhar naquela parte dela que não conhecemos ainda, mas sabemos que existe. Aos poucos a mente descobre os seus limites, e reconhece a existência de um núcleo mais profundo que começa a atrair a consciência.
Humildade é saber que, apesar dos passos dados, há tanto caminho a percorrer que proporcionalmente o trecho já trilhado nada representa. O nascimento de uma nova consciência inclui a restruturação da mente. Isso não significa reordenação apenas, mas, sobretudo transmutação do corpo mental e desse nível de existência, o que é ajudado pela concentração do mundo interior, pelo serenamento do raciocínio. É dito. A Consciência é um rio vivo que não pode ser aprisionado no vaso estreito de um eu, porque sua natureza é a do movimento, do fluir; e fluir significa continuidade, como também relacionamento, quer dizer, a relação entre dois níveis, dos polos. Sem essa polaridade não pode haver vida, nenhuma percepção, e sem continuidade, nenhuma relação que tenha sentido. Quanto maior a distância ou a diferença entre dois níveis ou polos, tanto mais poderoso é o rio ou a força por ela gerada. É a tensão mais vasta da experiência, é a amplitude de vibração entre os pólos da universalidade e da individualidade que produz a consciência mais alta.
É apenas em nossa consciência que podemos alcançar a raiz de tudo, e é apenas através de nossa consciência que podemos agir sobre isso. Não temos nenhum outro meio de mudar o mundo, a não ser através de nossa consciência, a qual é tanto nosso mundo como também aquilo que o transcende.
Ligação e liberdade se encerram igualmente em nossa consciência. O mundo não é nem um determinado mundo, nem um outro qualquer: Ele é aquele que construímos. A função de um instrutor é, segundo o conceito tibetano, não tanto de anunciar um ensinamento específico ou explicar princípios geralmente reconhecidos, mas demonstrar que os objetivos mais altos podem ser realizados, e o caminho para a sua realização podem ser percorridos praticamente. Mesmo um eremita silencioso pode, como um farol, emitir raios de um conhecimento salvador para dentro da escuridão, da ignorância e da ilusão. O simples fato de sua existência, o fato de que ele consegue resistir na luz de sua própria realização interior, basta para encher de coragem e confiança aqueles que vagueiam no escuro. Movimento é tanto a natureza do espírito como a da luz. Tudo o que tenta impedir, parar ou limitar o movimento infinito do espírito é ignorância e pouco importa se isto é causado por um pensar conceitual, por ganâncias ou apegos.
Calma, no entanto, não significa parada, ela não significa o estancamento do processo do pensar, mas consciente em não impedir o rio da consciência por meios de noções artificiais e de um querer egoísta, ou pela interrupção do fluxo natural através da dissecação do seu movimento em fases isoladas, empreendendo a tentativa inútil de analisar sua natureza. A vida espiritual se baseia nas capacidades de perceber e de experenciar interiormente, as quais não podem ser produzidas por nenhum esforço do pensar, pois o pensar e o argumentar são apenas um processo de digestão e assimilação espirituais, sucedendo as capacidades mencionadas inicialmente, mas não precedendo a elas. Do múltiplo para o unido, do limitado para o ilimitado, do intelectual para o intuitivo, do individual para o universal, do eu para o não-eu, da finitude dos objetos para a infinidade do espaço; até que sejamos de tal maneira penetrados por esta amplitude e infinidade que, quando voltarmos à contemplação do pequeno, do singular, do individual e pessoal, nós nunca perderemos o sentido e a conexão com o Todo.
À medida que progredimos no caminho da iniciação, ou seja, de ampliação do entendimento, aclara-se o significado da unidade. Direcionados para uma evolução ainda superior, surge-nos a síntese.
Na busca da unidade existe esforço, mas na descoberta da síntese, não há mais necessidade dele. O primeiro portal é a luz clara da razão, ou a percepção pura da verdade. O segundo é a vontade como poder penetrante que relaciona o plano ao propósito, e que tem a faculdade da persistência coerente porque não depende do conteúdo de nenhuma forma. Tal poder depende de um propósito dinâmico vital, imutável, latente na consciência do ser. O terceiro portal é o sentido puro da dualidade essencial, diz respeito a uma vida de união com o divino, e de entrega permanente do ser aos níveis superiores de sua consciência. O que parece irracional e incrível neste mundo das três dimensões é realidade normal nos planos superiores de consciência. Não possuímos a intenção de explicar fatos, nem de esclarecer enigmas. Tendo assim procedido, esperamos deixar ao leitor, um espaço para que através da sua reflexão silenciosa sobre os pontos que aqui estão levemente sugeridos, possa ser estimulada a capacidade intuitiva de seu próprio ser. Palavras centradas em um estado de consciência.
Trabalhamos pela transformação do nosso ser, e não só por uma mudança em superficialidades de caráter. Caminhemos como canais da nossa Luz, tendo Fé e não colocando obstáculos a essa manifestação. Muitos serão os ajustes porque passarão nossos corpos, para estarmos completamente imbuídos dessa vibração superior. Sabendo, porém, que tudo o que temos para fazer é manter-nos no caminho com perseverança e entrega. Todo o resto é levado adiante pelo vórtice de energia no qual ingressaremos ao permanecer nessa sintonia. Requeremos indivíduos que possam ser base de sustentação e equilíbrio. As informações que nos chegam, vão possibilitando às nossas células mentais, emocionais e físicas começarem a vibrar em determinada frequência. Em contínua renovação, esse alimento sutil vai nos abrindo a um trabalho interno de que não temos consciência plena, pois seus efeitos serão observados, apenas nos momentos de prova e necessidade, quando então veremos brotar do nosso interior, as sementes que em nosso solo foram plantadas.
Não nos ocupemos com o tempo, vivamos nossa vida terrestre cotidiana, com a consciência da eternidade, mas também cientes da urgência vivencial dos ritmos da alma.
O chamado chegou e chega, a todos os rincões da Terra, pois o Criador não esquece da sua cria. Sabemos porém, que nem todos escolherão esse caminho, e que a mesma precisão e amor que seremos conduzidos à escalas superiores de evolução, estes serão levados para os níveis que lhes corresponderem. Também, a Lei regedora é a do Amor. Contudo, saberemos compreender o real sentido dessa energia?
Em Silêncio estávamos, em silêncio permanecemos.