Sustentabilidade não é mais apenas uma palavra vazia para impulsionar a venda de certos produtos, mas sim uma preocupação real de uma parcela cada vez maior de consumidores. Na esteira dessa mudança de mentalidade, mais e mais pessoas voltam sua atenção para os produtos de higiene pessoal e cosméticos de uso diário e querem saber do quê, como e onde são feitos, além dos efeitos do seu uso a longo prazo. Depois de devidamente testados, saiba como funcionam, as vantagens e desvantagens de cinco deles.

O desodorante

Esta é na verdade a transição mais difícil. Os ingredientes naturais, e a ausência de alumínio – entre tantas outras substâncias agressivas – deixam a pele das axilas suave e sem manchas, porém é muito difícil conseguir aquela ‘eficácia 24 horas’ à qual estamos acostumados, e requerem mais reaplicações do que as opções não naturais. Testei três versões, o primeiro um spray de pepino e chá verde da Natural. É refrescante, mas não costumo me dar bem com desodorantes líquidos, e a embalagem é plástica, portanto, não muito ecológica. Também testei dois em pasta; o da VidaNatural é o que deixa o toque mais seco, com cheiro mentolado e embalagem de vidro; o da Jaci natural, também no potinho de vidro, é mais pastosinho e tem cheiro de lavanda. Se por um lado o da vida natural dura mais, ele pode ressecar a pele e arder se reaplicado várias vezes. Com o da Jaci, não tem esse problema, mas todos eles podem dar uma amarelada nos tecidos, se você suar muito.

O hidratante facial

Aqui a escolha já fica mais fácil. A Body Shop oferece várias opções de produtos à base de ingredientes naturais e que não são testados em animais. Desta marca, testei o creme para a área dos olhos de Edelweiss, disponível na embalagem de vidro. Uma opção ainda mais orgânica e consciente, são os cremes da Terral. Usei o de May Chang para o rosto, que também leva óleo de rosa mosqueta – o cheiro é delicioso e relaxante.

Sérum

Nessa categoria tentei dois produtos da mesma marca, a Caminito: o sérum cobre e o sérum sparkle branco. Eles são feitos totalmente à base de óleos essenciais naturais (melaleuca, rosa mosqueta, amêndoa, entre outros) e mica mineral. A linha sparkle contém maior quantidade de mica, portanto aumenta ainda mais o efeito glow natural, ideal para deixar a pele linda, com cara de saudável, antes da maquiagem.

Xampu e condicionador

Aqui as opções são abundantes, com diversas marcas consolidadas que se comprometem em não testar seus produtos em animais e usar matérias-primas seguras, como Vyvedas e Lola. Da primeira testei o condicionador de cupuaçu, que é delicioso, cheirosíssimo e deixa o cabelo macio sem emplastar; da Lola o xampu Rapunzel, que limpa a raiz sem ressecar as pontas, e a máscara de banana, que dá resultados excelentes além do perfume maravilhoso. A desvantagem de todos eles são as embalagens plásticas. Os mais ecológicos, nesse sentido, são os xamponetes e condicionadores em barra, disponíveis em lojas como a Mapeei – Uma Vida Sem Plástico. Testei um condicionador em barra artesanal à base de karité, comprado na galeria De Tudo um Pouco (rua Augusta, São Paulo) e ele também hidrata bem, embora a aplicação seja um pouco mais demorada e requeira um processo de adaptação para acertar a quantidade (para não ficar ressecado, nem emplastado).

Maquiagem

A Simple Organic é uma marca brasileira que chega com muita força nessa categoria, com lojas físicas em diversas cidades ao redor do país e uma linha super completa. Testei os batons Love, com tonalidade vermelho-terroso, e Orchid, um lilás clarinho. Ambos têm efeito matte e as cores são lindas, mas a textura é diferente dos batons convencionais (o preço de não conter chumbo na composição). O ideal é aplicar após hidratar os lábios com um balm ou manteiga de cacau. A Manacá é uma marca de cosméticos mais artesanal, que também começou a produzir os próprios batons e gloss. Testei o pó matizante à base de argila branca, ótimo para usar nos dias de calor e tirar aquele brilho excessivo da pele sem entupir os poros.