Os meus clientes sabem que esta é uma das primeiras e mais valiosas estratégias de que lhes falo nas sessões de coaching. A maioria de nós deixa-se arrastar por pensamentos negativos, mais frequentemente do que deveríamos. É uma tendência natural, biológica, o facto de darmos mais importância a acontecimentos negativos do que positivos. Existem até estudos que comprovam que são necessários 5 acontecimentos positivos para igualar o impacto de 1 acontecimento negativo. Além disso, passamos demasiado tempo centrados no que não queremos e no que está mal nas nossas vidas, trabalhos e relações.
Isso beneficia-o? Não?
Pare e pense: esse tipo de pensamentos beneficia-o de alguma forma? Sente-se mais positivo e mais capaz de mudar a sua vida, depois de listar mental ou verbalmente aquilo que de mal lhe aconteceu nos últimos tempos ou o que está mal no mundo, na sociedade ou no país? Ou, pelo contrário, sente-se derrotado, irritado e de mau-humor?
Apesar de sabermos o que está mal connosco e com o que nos rodeia e de nos debatermos com isso, nem sempre tomamos as rédeas e mudamos. Não somos ativos na criação da nossa realidade, aceitando passivamente a situação e limitando-nos a reclamar connosco mesmos ou com o mundo. O que faz com que isso aconteça?
Estamos tão concentrados no que nos incomoda, que nos esquecemos do que queremos em vez disso. E é precisamente o que queremos, os nossos sonhos, os nossos objetivos, as nossas metas, que nos impulsionam para a ação. Quando pensamos no que queremos, ficamos inspirados, com vontade de alcançá-lo. Infelizmente, muitas vezes colocamos de parte esses objetivos, catalogando-os de sonhos e adiando-os para “um dia”, porque agora não pode ser, porque estamos nesta ou naquela situação e o tempo, o dinheiro, o apoio... não chegam. Voltamos a enfiar a cabeça no buraco do que está mal e do que não queremos e o nosso cérebro fecha-se às possibilidades de mudança.
Como já referi noutros artigos, o nosso cérebro não processa a palavra “Não”, sendo por isso impossível “Não pensar no elefante cor-de-rosa” – em que é que acabou de pensar? Assim, todo o tempo que dedicamos àquilo que não queremos, estamos a reforçar essas coisas na nossa mente. Literalmente a reforçar os caminhos neurológicos que nos fazem voltar a repetir o que nos faz mal. Isso beneficia-o? Não?
Então o que quer em vez disso?
Pense nisso. Se não está satisfeito com a sua situação profissional, com as suas relações familiares, com a sua produtividade, capacidade de poupar, enfim, com seja o que for que o incomode; o que quer em vez disso? Quer mais capacidade de decisão, um aumento, mais tempo a dois, tempo de qualidade com os filhos, colocar uma certa quantia de parte todos os meses? O que quer? Já sabe? Pense nisso e quando souber, escreva-o num papel e acrescente-lhe um prazo para o alcançar. Defina um prazo possível, mas desafiante, que o empurre para a ação, que o tire do sofá e não lhe dê tempo para pensar no que está mal, porque está demasiado ocupado em conseguir o que quer. Ponha esse papel num sítio por onde passe todos os dias: no frigorífico, no espelho da casa de banho, no monitor do computador... Faça vários papéis e ponha em todo o lado. Escreva na imagem de fundo do telemóvel se for preciso!
Concentre-se nisso e aja!
Agora que sabe o que quer e quando o vai conseguir, o seu cérebro vai despertar o seu lado criativo e ter várias ideias sobre como o pode fazer. Anote-as a todas e pondere quais as melhores, experimente várias se quiser, o importante é começar a agir, a mover-se em direção à sua meta. Se algumas ideias não resultarem como esperava, aprenda com isso e melhore-as ou substitua-as por outras mais eficazes. Avalie periodicamente o seu progresso face à data que definiu e seja criativo. Aquilo que deseja para si e para quem o rodeia está ao seu alcance.
Treine a sua mente para contrariar a sua tendência natural para o que está mal, esteja alerta e repare o mais depressa possível quando está a ir por esse caminho mental. Mal se dê conta, pense: Isto beneficia-me? Não? Então o que é que eu quero em vez disso? Concentre-se nisso e aja!