Évelim Wroblewski
Colabora no Meer desde abril de 2024
Évelim Wroblewski

Geminiana, comunicóloga, taróloga, leitora inveterada, dog lover e viajante de plantão. Terapeuta Ayurveda especializada em Striroga (Ginecologia Ayurveda) e terapeuta da Ginecologia Natural. Estudante de Medicina Tradicional Andina e Medicina Tradicional Indoamericana.

Vivo no mundo das palavras, não importa se são pensadas, escritas ou faladas. Trago no peito aquelas aventuras impossíveis de serem vividas, a não ser em um bom livro. Cresci entre cadernos e poesias, músicas do Chico Buarque e uma vontade imensa de experienciar o mundo em todas as suas formas. Por isso, escolhi a comunicação como primeira profissão. De Machado de Assis a Carlos Ruiz Zafón, minha vida tem sido permeada pela inspiração de grandes almas que vieram ao mundo para compartilhar o saber da vida cotidiana, aquelas pequenas coisas que nos formam no dia a dia.

Busco incansavelmente aquele pequeno vislumbre de poesia no canto dos pássaros, no cair da chuva e na inocência dos cachorros. E trago comigo aquela sensação de saudades de um outro mundo, no qual não existem desigualdades. Minha lua em Peixes pinta quadros e constrói imagens na tela da mente em um piscar de olhos. Esses mesmos olhos podem rapidamente se encher de lágrimas diante de alegrias e tristezas. Mas também podem reconhecer a profundidade de um sorriso e o mundo em um abraço.

A cada pôr do sol percebo a grandiosidade da nossa existência, a infinidade de possibilidades que se abrem para que sejamos aquilo que nos propomos a ser. E a cada amanhecer, vislumbro a oportunidade de contribuir um pouco mais para a grande história de todos nós: o livro da vida. E o que é a vida senão experiência? Essa infinitude de pequenos passos que damos dia a dia para chegarmos ao nosso propósito maior. Foi exatamente nessa andança que me deparei com a Ciência da Vida, o Ayurveda.

Foi amor à primeira vista. Um conhecimento tão ancestral cuja origem se perde no tempo, mas tão consistente que persiste até hoje. Então, iniciei uma nova jornada — para muitos impossível de ser vivida aos 38 anos de idade — e me joguei de cabeça no estudo de um dos sistemas de medicina mais antigos do mundo. Hoje, perambulo entre adhyayas, sthanas e slokas. Decifro textos milenares em sânscrito e me maravilho com a sabedoria de rishis. Em cada página lida, encontro possibilidades de cura — para mim e para os outros — e transformo isso em ação. Sou terapeuta Ayurveda.

Mas como vivemos em um mundo de dualidades, o Ayurveda não poderia estar sozinho. Então, fui em busca de sua contraparte e encontrei a Medicina Tradicional Andina, esse saber milenar que nasceu aos pés dos Andes e que é herança dos nossos ancestrais, da nossa querida e amada Abya Ayala. Com ela, reencontrei o caminho do coração, da cura que vem de dentro. Aprendi com os abuelos e abuelas que a Natureza é a nossa essência e também a nossa resistência.

Descobri que para curar, preciso aprender a ouvir o que os espíritos das florestas, dos ventos, das montanhas, dos rios, dos prados, dos desertos e das plantas têm a nos dizer. E entendi que a sacralidade da vida está no servir. De comunicadora de objetos, passei a comunicadora de sentidos e sentimentos, criando novas conexões e despertando saberes antigos que há muito estavam esquecidos.

Trouxe de volta uma parte de mim que eu nem sabia que existia, mas que estava lá todo esse tempo, esperando para ser, uma vez mais, um reflexo da Luz Infinita em um mundo de sombras. Tirei do pedestal o deus mercado para inserir na vida das pessoas a Divindade que existe em cada um e cada uma de nós, levando saúde, equilíbrio, autoconhecimento, empoderamento e vida. Tornei-me terapeuta.

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