Matilde Zagalo  Oliveira
Colabora no Meer desde março de 2023
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Matilde Zagalo Oliveira

Matilde Z Oliveira nasceu em Lisboa mas ao mesmo tempo perto da praia, das árvores, das mãos e dos pés descalços muitas vezes na areia e no fundo do mar. Vive com os pés na terra, mas acredita que ver demoradamente permite-nos sonhar e chegar mais longe.

Estudou Artes e Humanidades na Universidade de Lisboa, especializando-se em Litaratura, Filosofia e Estudos Africanos, na Faculdade de Letras. Mais tarde, frequentou a Universidade Livre de Bruxelas, onde estudou filosofia e relações internacionais, concluindo o mestrado em estudos de cooperação e desenvolvimento.

Matilde tem um profundo interesse pelas pessoas, pelas artes e pelo diálogo entre diferentes culturas. Tem trabalhado sobretudo na área dos direitos humanos, em várias regiões e contextos, como Moçambique, o campo de refugiados de Calais e São Tomé.

Além do trabalho, é apaixonada por música, principalmente clássica e jazz, yoga e surf, livros, paisagens e viagens sem fim. Matilde tem procurado humanizar certas regiões, relatando e contando histórias de diferentes lugares como Quênia, Tanzânia, Brasil, Jordânia, Israel, Palestina e até Nova York.

No fundo, não viaja sem fazer pausas e respirar fundo, pequenos cadernos e uma caneta: um registo constante de pessoas e paisagens. Escrever faz parte de si, e a condição que acredita ser a mais estrutural para poder fazê-lo é a possibilidade de olhar durante muito tempo, de criar e de cuidar do silêncio. As palavras só aparecem depois.

De cada viagem ficaram memórias, palavras, instantes de beleza que acredita que são possíveis de eternizar apartir desse silêncio, e que não pode guardar só para si. No seu último livro "Estrada Branca", tenta entrar em contato com o resultado de observar essa beleza que tantas vezes dói. Para além de saudades e mar, acredita que existe um equilíbrio muito frágil entre o ser humano e a natureza.

Matilde também costuma escrever sobre a alegria, mas também sobre certas dores que observa nos outros porque a sensibilidade faz parte de quem somos. Hoje, estando a viver em Bruxelas, acredita que a distância às vezes dói, mas que devemos manter sempre vivos os múltiplos interesses e a recriação constante das ideias que surgem em cada um de nós.

A escrita é um escudo que nos protege da vida e até de nós mesmos, mas também é um meio de descrever e guardar a beleza daquilo que ainda vale a pena e vive entre nós. É profundamente agradecida à revista Meer por permitir que pudesse fazer isso.

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