Os dois factos mais extraordinários em relação a Samuel Silva são: o facto das suas obras não serem fotografias, e o facto de Samuel não ser um artista, mas um advogado que desenha por hobby.

Isso mesmo, Samuel desenha, e estas imagens são desenhos hiper-realistas, feitos com canetas Bic comuns.

Samuel começou a desenhar aos dois anos, como quase todos nós, mas tinha já uma aptidão fora do vulgar. O seu primeiro desenho não foi um rabisco, foi um desenho completo de um borboleta em cima de uma flor. Um desenho com um nível de premeditação e detalhe superior aos desenhos de muitas crianças que frequentam já o infantário ou mesmo a escola primária. Desde aí, nunca mais parou, acumulando já mais de 29 anos de experiência, sempre a desenhar.

Porém, pasme-se, Samuel decidiu estudar direito na universidade e, até hoje, encara os seus desenhos como um simples hobby. O seu amor pelo desenho leva-o a trabalhar entre 5 a 50 horas em cada obra, sempre com o intuito de se aperfeiçoar e pelo desafio de dominar mais uma técnica. Desenha somente por gosto, não se considerando um artista, nem se preocupando com as críticas, que por vezes atacam, afirmando que a cópia exata de fotografias não é arte. Para Samuel, não é uma preocupação se o fruto do seu hobby é ou não arte, até porque, defende que a definição de arte é tão subjetiva, que o que importa é o que cada um sente.

Começou a desenhar com canetas Bic ainda na escola, fazendo cartoons nas capas dos cadernos. Contudo, as canetas Bic não são o meio em que é tecnicamente melhor, mas sim aquele que considera mais desafiante, pela dificuldade em dominar a técnica. Samuel defende que as capacidades deste tipo de canetas são muito subestimadas, e que o importante não é o meio que se usa, mas a forma como é usado.

Assim, recorre apenas a oito cores (amarelo, laranja, magenta, verde claro, azul claro, azul, cor-de-rosa, roxo, preto e o azul da Bic clássica). Uma vez que a tinta destas canetas seca imediatamente e não pode ser apagada, Samuel desenha camadas cruzadas de cores diferentes, criando a ilusão de que tem mais tons do que na realidade tem e conferindo profundidade ao desenho. Prefere recorrer unicamente a técnicas tradicionais, não se deixando tentar pelo desenho ou retoque digital, pois isso estragaria o desafio.

Sendo o desafio a sua principal motivação, Samuel lembra que apenas a prática extrema pode levar ao domínio de qualquer técnica. Pelo que encoraja aqueles que ambicionam ser bons nalguma coisa, a nunca desistirem, porque o trabalho árduo compensa.

Para mais informações
http://vianaarts.deviantart.com