Escrevo este artigo, ainda em Julho de 2024, num Sete de Abril (07/07), provavelmente meio ano antes de sua efectiva publicação. O assunto português do momento são as taxas de juros e de câmbio do Banco Central do Brasil, um país sem moeda conversível, ou seja, sem liquidez no mercado primário. Portanto, um país que não exporta mais porque não ensina matemática, teoria cambial, nem negócios avançados ou contabilidade pública internacional fica preso nesse vento que sopra ou, marés que levam. Ou quiçá, seu povo desinteressado, não está a fim de entender estes conceitos e práticas da função social das empresas e governanças. Preferivelmente, terceirizam ou delegam estes conhecimentos ao inconsciente. Um ranking do índice Pisa na educação, já isso tudo denuncia.

Apenas a título de curiosidade simbólica, divulgou-se nesta mesma semana sobre uma guarda penal em Inglaterra, migrante brasileira, que foi flagrada em cenas íntimas com um prisioneiro, fazendo filme para seu perfil comercial afim! Pois, uma comissão em libras esterlinas, é alta e conversível. Dá 'moral', numa gíria e alcunha desportiva... Talvez, lá no Brasil não valha à pena instruir-se mesmo. Em tudo dá. Mas, só nos concursos do serviço públicos há está exigência intelectual. Mesmo assim, seguindo cartilha própria doméstica e, de seus superiores políticos. Nada intencional, mas uma concorrência brutal: que o vento leva e, as marés também.

Voltemos à exportação: esta atividade típica de excedente 'marginal'1 retirou da pobreza e, da média e baixa remuneração, sociedades inteiras na Ásia, Europa, Médio Oriente e América do Norte. Na Oceania também...

Basicamente, a exportação não exporta impostos diretos, que quem os pagará é o importador no destino e sobre a base de cálculo internacional de custo, seguro e frete, nada mais. As incoterms2 regulam isso dentro de uma dezena de variações, dependendo do acordo com o exportador sobre a forma escolhida. Sim, isto transfere a competitividade para o país de origem, cujo maior exemplo é a China, dona da mais competitiva mão-de-obra mundial. Excedente de oferta! Portanto, nem podia ser diferente tornar-se esta sociedade econômica, a principal indústria do mundo.

As alavancagens estratégicas para esta vantagem absoluta chinesa, são também as desvalorizações cambiais, que estimulam a exportação e a importação competitivas. O contrário, seria um favorecimento manco, de algum interesse financeiro específico. O teatro político da platéia sem discernimento e, com interpretação falha neste campo neoliberal3 da modernidade financeira, só estimula 'pseudo-investidores'. Porém, investimento improdutivo sem desenvolver, para principalmente arriscar numa lotaria de mercados domésticos de capitais, imperfeitos.

Os atores e seus colegas, encenam expressões e gesticulação mágica, que enebriam os crentes, como se fossem torcedores adeptos e corporativistas. Aproveitam-se das regras do jogo, em que algumas ciências políticas mais que outras, utilizam-se do tempo prescrito para seus jogadores retornarem à arena, com a oportunidade de novo truque ou drible. Coisa de mágico jogador.

Ainda assim, para confusão produtiva da platéia, estes atores acrescentam 4 ou 5 nomenclaturas de cotações cambiais, para diferentes compensações na contabilidade governamental dos balanços internacionais de seus pagamentos, com mesma moeda que inadvertidamente tem valores diversos e uma taxa de juro, inibidora de discussão. Passou alguns dias e a correção monetária te pega, e o jurídico bancário, te esfola. Mas, na hora de transferir a Carta de Crédito de exportação ou o Swift4, que o banco intermediário recebeu do importador, se perde... (quase ninguém sabe disso, mas já terminamos com o padrão ouro e, pretendem, o dólar também). Diz a actual presidente do Banco Central dos BRICS5 que, agora será novo padrão, ou duplo, à escolha...

Como no futebol, apostar pode, mas vender-se aos apostadores e apostados, não pode. Vício recorrente, que vai e volta, pode e não pode, ao sabor da hegemonia momentânea. Ontem, a presidente do Banco Central Europeu, advogada francesa Christine Lagarde deu entrevista exclusiva à TV portuguesa, sem nem mencionar o Brasil. Sendo ela do partido republicano europeu e francês, o mesmo do seu homônimo brasileiro. Estarão eles alavancando suas posições? Ou como dito em artigos anteriores, ninguém se interessa tanto pela economia brasileira, além claro da CPLP? Nesta se pode alavancar e, também serve de bóia ou alternativa, caso uma União Européia ou um Mercosul, temporariamente afundem ou fiquem à deriva...! Talvez este argumento justifique um 'very nervous accent' do ator banco-centralista brasileiro, na sua explicação 'técnica' à Doutora republicana francesa.

Mas, lá vem uma Nova Rota da Seda, que o revisitado italiano mercador Marco Polo e sua família, traçavam. Aquela mesma que dos anos setenta aos noventa, perdeu-se no bonde asiático. A propósito diz o YouTube que, uma 'doleira-dentista' brasileira virou filme de Netflix, com muita inside-information6 leiga, mas nem tanto! Entretanto, como no jargão de mercado, talvez Only-Fans esclarecerão. Desde 1999, meteram a carroça à frente dos bois no mercado acionário brasileiro — quando já agora pretendem uma ressuscitada Bolsa do Rio de Janeiro, falida por especulação! Esperando que a financeirização enriqueça a economia, ao invés da produção produtiva melhor dizendo. Juro no Brasil, parece loteria. É Pura especulação, ausência de total cientificidade econômica e comercial.

Afinal, o Brasil quer cotação do câmbio baixa pra quê? Pra viajar? Pra importar? Pra exportar matéria-prima e reimportar reprocessada ou elaborada? Isso mais parece sem futuro sustentável, como insinuou nas redes também, uma antiga assessoria de imprensa do BACEN, do plano Real.

Notas

1 Produção além do ponto de equilíbrio económico.
2 International commercial terms.
3 Teoria económica moderna de viés esquerda.
4 Chave interbancária internacional de transferência cambial.
5 Dilma Rousseff.
6 Informação privilegiada.