Eu comecei a academia no começo do ano, e eu nem ia comentar — mas vale as pessoas saberem para a gente manter o ritmo, né? — e junto comigo foram mais pessoas da família. Um deles comentou com meu tio, e ele riu: “Isso dura até o carnaval”.
Pelo jeito é um fenômeno: existe mesmo isso de muitas pessoas iniciarem um hábito novo no começo do ano — quem não faz suas metas ali no final do ano? — chegam cheias de entusiasmo nos primeiros anos na academia, lendo um livro, o que seja — só que a motivação vai murchando que nem um puff quando a gente senta.
Isso me deixou intrigada. Como injetar mais motivação para não voltarmos aos velhos hábitos? (aqueles que nos deixam longe de ser a pessoa que queremos ser?).
Há tantos fatores para isso, que fiquei me observando e procurando mais estudos sobre o assunto. De fato, eu decidi que quero ser mais saudável, mais consistente com meus deveres e mais leve/gentil comigo mesma — às vezes, maioria sou bem autocrítica.
Tá, muitas expectativas para um ano, não é mesmo? Brincadeiras à parte, me lembrei de uma leitura muito boa: O poder do hábito, do Charles Duhigg. Lembro que ele fala do gatilho, rotina e recompensa. Gatilho é aquilo que te lembra a ação e faz você entrar no piloto automático — ex: acordei, vou pegar a leiteira fazer um café. A rotina é o preparo, a recompensa é o cafezinho feito na hora.
Mas digamos que o café te faz mal e você precisa cortá-lo. Aí que começa as dificuldades. Podemos aproveitar o gatilho (pegar a leiteira), e de repente deixar uma garrafa de água ali perto para tornar mais fácil a transição de beber água ao invés de café. Aqui tem ainda a facilidade — o cérebro é bem preguiçoso, tem que tornar a mudança fácil, do contrário vamos arrumar n desculpas para continuar como estamos.
E leva tempo. Não 30 dias. Não 60 dias. Sei que há TEDs que falam de 21 horas para aprender uma habilidade, já experimentei aquela experiência de 30 dias de um hábito, mas não me apeteceu. Assim que terminei o prazo, abandonei totalmente o tal hábito, por isso eu gosto de pensar que o hábito leva meses, anos. Assim é um compromisso diário que tem que ser feito para inserir no seu dia a dia.
Também li — mas não terminei — Zen Habits, do Leo Babauta. Ele dá passos para começarmos um novo hábito saudável (lembrando aqui de cabeça): o propósito — o que você quer ser com esse hábito? Uma pessoa mais saudável? Um pai mais presente? Uma pessoa bilíngue capaz de se comunicar com boa parte do mundo?
Assim, definindo o propósito (o que), vamos ao como. Não comece muitos hábitos de uma vez, comece com um e está ótimo. O autor citado começou a caminhar — ele queria correr uma maratona. Para isso, ele começou bem aos poucos, tipo minutos, e foi evoluindo o exercício. Também, tem uma coisa bem legal que ele diz que motivou ele: comprometimento público. Ele postava nas redes sociais todo o progresso dele, e tinha um amigo que também o motivava.
Parênteses: também havia uma punição caso ele não cumprisse o hábito. Era algum tipo de exposição, algo que incomodaria demais o autor.
Também podemos pegar a recompensa do primeiro livro que citei. Terminado a rotina nova, por que não se presentear? Seja com uma comidinha bem gostosa, falar com alguém que ama… Criatividade aqui corre solta.
Outro conteúdo que consumi recentemente foi do Daniel de Oliveira, nosso atleta olímpico nacional. Assisti ao podcast dele e foi um abrir de olhos mesmo. Ele fala que a motivação vem dentro da rotina — você vai ter dias que não vai acordar com vontade de ir à academia, e aí? Vá assim mesmo e encontre a motivação lá, rs. O processo acaba sendo prazeroso, pois cumprimos com aquilo que propomos com a gente mesmo, e essa também é uma recompensa.
Ainda, Daniel comenta como as emoções podem ser motor para alcançar mais resultados na performance. Como ele corre, ele diz que os sentimentos, seja tristeza, alegria, servem de combustível para ele atingir o impossível. Ele é um homem fora da curva mesmo.
Eu sei que tem dias mais fáceis e outros que só na força da mente — ou da dor mesmo. E que tenho me sentido muito bem comigo mesma desde então.
Qual hábito positivo você quer colocar na sua rotina? Se você deixou ele neste semestre, que tal tentar colocar no próximo?