Quem vive em grandes cidades provavelmente já viu um tipo de construção muito específica, criada para eventos, exposições e mostras. Essas construções são chamadas de pavilhão e têm muitas particularidades envolvidas em suas arquiteturas. O significado do termo pavilhão tem relação com um espaço construído para ser agradável, gerar prazer ou trazer atenção para onde está inserido ou um ponto de vista. Os pavilhões são conhecidos por serem espaços de grandes eventos e feiras devido ao seu tamanho, mas no início essas estruturas muitas vezes eram temporárias e no decorrer dos anos entendeu-se a vantagem de existirem locais como esses dentro das cidades.

As grandes Exposições Universais (eventos realizados com o objetivo de que os países participantes exibissem seus avanços tecnológicos, descobertas e invenções) estabeleceram em 1929 que os países convidados a participar das feiras seriam responsáveis pelo projeto de seus pavilhões. Esses projetos de pavilhões tinham o objetivo de demonstrar perspectivas futuras, explorando possibilidades arquitetônicas inéditas. Nesse movimento de desenvolvimento de projeto para as feiras, um dos pavilhões mais reconhecidos da história é o Pavilhão da Alemanha, projetado para a Exposição Internacional de Barcelona pelo grande arquiteto Mies Van der Rohe. O pavilhão projetado por Mies Van der Rohe tem um desenho elegante, considerado um ícone do movimento modernista da arquitetura, estimula o movimento e a experiência do usuário que vivencia diferentes pontos de vista enquanto permeia os ambientes.

Uma curiosidade sobre essa obra arquitetônica é que após a feira, o pavilhão foi desmontado, porém devido ao grande impacto e reputação do edifício, em 1980 Oriol Bohigas, na época chefe do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Barcelona, decidiu levantar a ideia e o projeto de reconstruir o pavilhão e assim o fez. Outro destaque, de autoria brasileira, é o pavilhão projetado para a Feira Internacional de Nova York, em 1939, pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. O edifício projetado pelos brasileiros focava nas formas livres, nas curvas típicas da arquitetura de Niemeyer dentro dos ideais modernistas defendidos pelos dois arquitetos. Infelizmente essa construção não existe mais pois foi demolida logo após a feira, como era de praxe.

As tipologias de pavilhões fixos, dentro dos centros de eventos, como comumente vemos nos dias atuais, iniciaram por volta dos anos 60. No Brasil, o Pavilhão da Bienal de São Paulo, que recebeu feiras como o Salão do Automóvel e o Salão da Criança, foi inaugurado em 1954. Outro pavilhão muito importante para a cidade de São Paulo, o Anhembi, foi inaugurado na década de 70. E assim, outros estados brasileiros também abrigam seus pavilhões como Minas Gerais (Expominas) e Rio de Janeiro (Riocentro).

Em relação à arquitetura dos pavilhões, o desenvolvimento desse tipo de projeto possibilitou que esses espaços conseguissem oferecer diversos tipos de setorização de acordo com a necessidade dos eventos que iriam sediar, facilitando assim o uso do espaço e do visitante. Essas diversas possibilidades de layout internos oferecidas pelos pavilhões são uma das vantagens, além disso, como esses espaços foram pensados por seus arquitetos para dinâmicas diferentes de eventos, a infraestrutura dos pavilhões, como iluminação, ventilação, área de estacionamento, entre outras coisas, deve atender perfeitamente qualquer necessidade. Um exemplo é a tradicional Bienal do Livro de São Paulo, um evento que recebeu cerca de 600 mil visitantes em sua última edição e atendeu muito bem os expositores e visitantes.

Para a arquitetura, a possibilidade de investigação do espaço fez com que os projetos para pavilhões representassem uma referência arquitetônica da época em que estão inseridos. Esses projetos permitem ao autor experimentações técnicas e de uso, aumentando a busca pelo novo e avanços tecnológicos para as grandes exposições e eventos. Além de se tornarem grandes marcos na história da arquitetura.