Assim como dizia o poeta, toda caminhada começa no primeiro passo; não importa o destino, tampouco o tempo… É desde os primórdios que nós humanos somos criaturas errantes, e isso é algo tão intrínseco a toda a nossa espécie, que nos faz estar indo e vindo a todo instante. Desde o desmame da nossa Mãe África, até os dias de hoje temos percorrido toda a imensidão desse magnífico globo azul, de norte a sul e de leste a oeste, deixando nossa marca ou alterando outras, uns mais e outros menos; seguimos passando. Dizer que de fato saímos daquelas incríveis savanas talvez não seja algo unânime, todavia, seja lá de onde tenhamos partido, isso não nos faz mais ou menos andantes; o fato é que há de fato um começo, um passo; houve um tempo em que ir daqui ali ou acolá era tão simples quanto beber uma cuia d`água, bastava um peito cheio de vontade, a mente cheia de idéias e disposição, e seguir para onde o nariz apontasse, pronto, eis o que nos habituamos a chamar de turista mesmo que nas suas mais variadas formas.

Botar o pé na estrada, é algo muito mais comum do que se pode imaginar, seja de forma literal, ou usando qualquer outro tipo de transporte, o que me parece claro é que nós fomos forjados para estar em constante movimento; basta olhar para trás e veremos que por qualquer que tenha sido a razão nós não fomos feitos para estarmos parados, desde sempre. Vejamos; o frenético movimento de um coito, a corrida alucinante dos espermatozoides despois do ápice retumbante, em seguida um passeio quentinho e aconchegante no útero, depois o primeiro respirar, chorar, andar, cair e levantar, por fim, fazer tudo de novo e assim seguirmos sempre em um eterno e incessante vai e vem.

Foi partindo desse princípio que começamos avançando por terras longínquas, nunca dantes vistas. Cruzando por solos férteis e outros nem tanto, terrenos gelados e outros áridos, atravessando oceanos e florestas ou contornando montanhas, cordilheiras e rios, viajando e perpetuando a nossa espécie… Ou estaríamos nós nos perpetuando primeiro para só depois viajar? Pouco importa, a ordem das árvores não altera a sombra. O fato é que, quer tenha sido por questões climáticas, disputas territoriais, ou qualquer outra razão, mover-se sempre foi a solução.

Depois da chegada da revolução industrial e seus vapores, fomos dando um tom diminutivo ao planeta pois já não era preciso esperar meses para ir de um ponto a outro, agora já não havia distância que uma maria fumaça não pudesse transpor, era o fim das navegações a vela; ao menos de forma comercial. Em seguida, chegamos aos céus com o oval e fabuloso Zeppelin; os ventos sopravam a nosso favor, embora que por um curto período, ao menos nesses casos.

Mas algo ainda mais genial estaria por vir, pois eis que um homem chamado Alberto Santos Dumont acabaria parindo o 14 BIS e nos colocando de vez e para sempre acima de tudo, agora sim, o inventor do avião nos fazia senhor dos céus e da terra; e em questão de algumas horas, era possível ir da terra do escargot à Salvador deliciar-se com um monumental acarajé. Agora o mundo cabe na palma da mão.

Não, esse não é um textículo sobre história ou algo do tipo, muito menos um escrito sobre espécies migratórias, mas sim o relato de alguém que assim como você e tantos outros também é um viajante.

Atualmente, mesmo que tenhamos de cumprir alguns requisitos como, ser detentor de um passaporte e seus agregados, esperar as vezes por horas em filas intermináveis; cumprir outros tantos requisitos para ser aceito; dentre tantas outras coisas que criamos ora para proteger, ora para barrar; viajar é de certa forma algo simples; e dependendo da sua origem e destino chega a ser algo barato. Viajar é liberta-dor ! Seja com malas e mais malas, seja com uma simples mochila, ou até mesmo e apenas com a roupa do couro, com ou sem programação, se deslocar é a melhor opção; pouco importando se for a pé, de barco, ou de avião … É possível ver todos os encantos desde a preparação até a dissolução; do embarque ao desembarque, o ponto turístico e aquele passeio recomendado, o café chique ou o prato feito devorado num mercado público de pé em meio aos nativos, aquela piscina de borda infinita ou um quarto compartilhado no meio de uma selva de pedra; toda viagem é por si só bela.

Têm aqueles que vão para trabalhar, uns vão para conhecer ou explorar, e também há os que viajam por “livre e espontânea pressão“, existe sempre uma razão. Dias desses li um artigo em que dizia o seguinte: Algumas pessoas são mais dispostas a viajar, e o segredo pode estar relacionado a genética. Não quero aqui tentar de alguma forma endossar o meu ponto de vista, mas, penso que de certa maneira viajar é literalmente parte de um eterno processo de existência.

O planeta está repleto de opções, uns preferem multidões enquanto outros a paz da solidão, alguns são de praia, outros do campo, também tem aqueles aventureiros e outros tantos que se contentam com a segurança de uma boa indicação, seja lá qual for a direção, temos vários leques de opções; bastando apenas programar ou não e, simplesmente viajar.

Viajar é antes de tudo algo extremamente interno e particular, por vezes só, em dupla, ou que sá em bando; pouco importando o destino, o que importa é estar se deslocando. Algo cheio de nuances que pode passar despercebido pela maioria, mas que está repleto de significados que só é visto pelos viajantes, pois mesmo que não possamos perceber o essencial, ele está lá, invisível, mas latente.

Em um planeta tão “pequeno” mas ainda assim cheio de encantos, ficar no mesmo plano seria um tanto quanto insano, então partindo desse princípio, de hoje em diante eu os convido para uma visita aos mais diversos e belos lugares desse planeta, alguns já batidos porém magníficos, outros ainda pouco explorados ou menos badalados, e até mesmo outros nem tanto vistos, mas repletos de significados.

No próximo nosso próximo encontro vamos explorar algumas das majestosas belezas da minha linda américa latina, com dicas de passeios, e afins… Agora é só aguardar para viajar.