Olá navegantes, chamo-me Ébano Rosa; sou cozinheiro, poeta, designer... Mas, antes de tudo, sou apenas um espírito numa magnífica aventura carnal. Venho da terra dos altos coqueiros, a capitania que deu mais lucro, o meu amado Pernambuco; para ser mais exato, sou filho da magnífica Recife; o lugar mais assombrado, mais revolucionário e mais efervescente do mundo. Veja, por exemplo, a Confederação do Equador e a cruz do patrão.
Filho de um comerciante e de uma dona de casa, amantes de boa comida, boa música e pés de valsa, fui alfabetizado em casa pela minha própria mãe, de quem herdei o grandioso gosto pela leitura; de Painho, ganhei o gosto pelas panelas, cores e sabores. Difícil é dizer quem dos dois me influenciou mais, só sei que foi assim...
Sendo assim, não podia ser de outra maneira; a pessoa que vos escreve estas breves palavras tornou-se um voraz admirador de tudo o que diz respeito à cultura, ao amor e à arte.
Mas pensando bem, não seriam a arte, o amor e a cultura a mesma coisa? Enfim...
Desde muito cedo, sempre tive um grande fascínio pela cozinha, pelos livros, pela música; e, com toda a influência já citada, era muito comum acordar cedo para ir à escola já envolto numa atmosfera onde pairavam grandes nomes da nossa história como os saudosos Luiz Gonzaga, Elis Regina e tantos outros; e o cheiro do café e do cuscuz, enfeitiçando a todos naquele lugar.
Nunca acreditei em destino, tampouco em livre arbítrio; acredito que apenas seguimos a programação e isso é tudo. Entretanto, não há nada melhor do que quebrar todas as regras; afinal, foram feitas para isso. Foi assim que, depois de tantas voltas por este lindo globo azul, decidi fincar minhas raízes na terra de Camões, lugar onde fui bem acolhido desde o dia em que aqui coloquei os pés pela primeira vez; também, com tantos azulejos, temperos e ritmos, como não me sentir em casa?
Falando em casa, e mesmo distante do som das alfaias, do colorido dos bonecos gigantes de Olinda e da espetacular profusão de cores e sabores do meu valente Nordeste; lugar para onde sempre retorno para recarregar minhas energias, posso dizer que qualquer canto é o meu canto. Dê-me apenas uma panela, um papel e um lápis, que seguirei criando e acreditando que juntos somos mais fortes, e fortes somos um...
Guiado pelas minhas influências e com o intuito de aprofundá-las, tornei-me cozinheiro pelo Senac-PE, função que só passei a exercer depois de certo tempo, quando resolvi trabalhar pelas cozinhas do mundo. Depois, já em terras lusitanas, surgiu o design gráfico na minha vida, com suas cores, curvas, tons e infinitas possibilidades, pude trazer mais vibração para o meu dia a dia... E as letras? As letras sempre estiveram presentes, seguindo em paralelo a tudo isso...
... Seja numa poesia publicada na minha página, seja num livro ainda não acabado, ou ainda numa pseudo música ainda não cantada. Por que razão algumas coisas ainda não foram expostas? Vai saber, C'est la vie!
Sempre soube que não somos daqui e que o que nos liga vai muito além dos limites que a nossa capacidade mental, enquanto encarnados, pode imaginar. Sempre senti que o elo primordial de tudo e de todos se chama cultura; é nela que todas as coisas moram, desde o ato de comer sem talheres até mesmo um simples "até logo". Sem a cultura, nem sequer existiríamos.
Com tudo isso na bagagem, passei a acreditar cada vez mais que a CULTURA, de um modo geral, foi, é e sempre será inclusiva; foi para isso que foi programada. Foi aí que criei o Café Prosa & Arte, uma página onde faço a divulgação do meu trabalho sem fins lucrativos; é lá que exponho algumas artes, poemas e guloseimas e tento angariar fundos para alguma instituição de ajuda ao próximo.
Sou teimoso e entusiasmado por natureza, insistindo e acreditando que sempre podemos fazer mais e mais uns pelos outros; dessa forma, vou-me dedicando um pouco a cada coisa que sei fazer; escrevendo, cozinhando e desenhando; e sempre me perguntando...
O que posso fazer por você?