É comum sentir medo, pois o medo nos impede de sofrer acidentes, de errar e sofrer, algumas vezes. No entanto, como qualquer outro sentimento, em excesso, o medo nos paralisa. Então, te pergunto, qual o seu maior medo? Ele te traz cautela ou te paralisa? Antes mesmo de discorrer sobre o tema, já te adianto: você é maior que o seu medo. Não importa qual ou que tamanho ele seja, você é maior.

Tem dias que ponho o livro de lado e mesmo sabendo que tenho que ler, não o faço. É como se eu olhasse para ele e sentisse o dever da leitura. Mas, eu só quero ficar quieto, no meu dia de descanso. Mesmo sabendo que neste exato momento, muitos estão vencendo a “moleza” e estão lendo. Estão aprendendo. Estão um passo à minha frente nessa imensa concorrência que é a vida. Deveras, estou sendo irresponsável. Pois, o bem que eu preciso, não me faço.

No entanto, será que tenho que ser tão cruel comigo mesmo? Não. Trabalho, pesquisas, relacionamentos, caos do dia a dia, tudo isso não basta? Será? Será que estou dando o máximo; ou o melhor de mim? Será que meu chefe está satisfeito, estou dando resultados para a empresa? Ou posso ser trocado a qualquer momento? São tantas questões. Será que tudo isso realmente importa? Ou meu medo está apenas tentando me sabotar? Esses questionamentos são apenas reflexo da insegurança. Algumas vezes, do sentimento de inferioridade. Mas, que bobagem! Não somos inferiores a ninguém.

Depois de um dia cansativo de trabalho, ligo a televisão, me deparo apenas com: catástrofes ambientais; violência; o mundo em guerra. Somente notícias ruins. Quem, depois de um dia tão cheio, precisa disso? Ninguém. Mas, preciso me atualizar, do contrário, ficarei para trás. Balela! Ninguém precisa disso.

Me olho no espelho, logo penso: Esse sou eu. Você já teve a sensação de se olhar e, espontaneamente, se perguntar: Qual o sentido da minha vida? Então, passa um filme de tudo que já viveu, é como se visitasse cada lugar que já passou. Você sorri timidamente e diz: Esse sou eu.

Eu vou e volto todos os dias. Que bom, é claro. Risos. Nós saímos, interagimos com várias pessoas, lidamos com diversos temperamentos e energias. Trabalhamos, nos dedicamos e, quando voltamos, nos perguntamos: Qual o sentido da minha vida?

Percebo que as primeiras coisas que vêm à tona, não são os bens que conquistei(quase nada), risos. O que vem e me toma são as memórias, as boas lembranças que construí em 29 anos. Aquela chuva que tomei, jogando bola na rua. A garrafa pet que servia para escorregar nas ladeiras. A brincadeira de polícia e ladrão, que enchia as ruas de crianças. Aquele pãozinho com manteiga e um café, preparado com todo amor e carinho. Como eu era feliz. Olha quem eu me tornei. Alguém cheio de incertezas, mas quem tem certeza de algo, não é? Alguém cheio de falhas, medos, inseguranças, enfim, alguém de carne e osso, e alma. Me tornei alguém competitivo, sim, que se preocupa em melhorar a cada dia. Mas, que deita a cabeça no travesseiro em paz, com a certeza de que não pisou em ninguém para subir na vida.

Por fim, acabo por pegar meu livro e o leio. “Mergulho nas palavras, me esvazio de tantos pensamentos e, me preencho de paz”. No final, não vale a pena se martirizar por conta de inseguranças. Nós somos o que somos, o que nos tornamos, fruto de nossas decisões.

Todos nós temos potencial. Temos um sentido para a vida. Talvez, só estejamos procurando nossas respostas no lugar errado. Silenciei-me e, encontrei na escrita o meu destino. E você, já encontrou o seu? Não tenha medo e, se tiver, vá assim mesmo. Nunca será tarde para mudar, ou até mesmo para não mudar, desde que estejas fazendo o que amas.