É imperiosa a necessidade de sabermos refletir, conscientes de que a evolução da alma é necessária em todas as ações humanas, pois que somente refletindo é que alcançamos discernir acerca do caminho a seguir, para que cada passo dado, seja embasado na sabedoria e beleza devidas, em face aos desafios diários, se esperamos viver em equilíbrio dinâmico e organizado. A evolução, objeto dessa reflexão, indica que somos seres inteligentes, projetados para conhecermos nossos problemas, e termos a capacidade de resolvê-los, este mecanismo é o que nos torna reflexivos, capazes de anteciparmos as dificuldades das perdas, bem como as oportunidades das crises.
Reflexivos tendemos à evolução; e em tal processo, quando nos deparamos com as dificuldades, equívocos e perdas, então acessamos a fé, qualidade da alma, que anima o saber da confiança, a convicção e a certeza de que sem a fé, viveremos caindo no abismo da nossa própria ignorância; na ignorância principalmente de tudo que é sagrado. Porquanto, é importante instrumento da inteligência espiritual, assim como a análise é instrumento do intelecto. A Fé labora com a Subjetividade; enquanto o intelecto com a objetividade.
Esta inteligência do espírito, não tem medida, tampouco mede; ela labora com as virtudes superiores da existência, com tudo que nos parece distante e intangível, até porque no Universo nem tudo é tangível mesmo. É dela, nos fazer ver o que os nossos olhos não vêm, mas que o nosso Ser sente. É notado o fato, de que no Universo tudo é vibração; portanto, tudo vibra e vive, inclusive o desconhecido, tudo tem seu movimento no existir, dentro de nós, e na amplidão do viver universal.
E ser reflexivo é exatamente colocar-se na busca do ritmo de tal movimento, a ponto de alcançá-lo, como um todo, para os devidos fins evolucionais.
É observável o fato de que ao refletirmos, não há ansiedade, indolência, intelecto, precipitação na evolução, mas sim confiança, persistência, paciência, inteligência, e direção. A fé, tanto quanto a reflexão, não são exatamente uma ciência, mas alegram a consciência de quem as praticam. Elas podem não ser encantadas, mas encantam aos que bem as utilizam, é uma questão de prática precisa, e focada na evolução. Por serem seletivas; contidas na sabedoria das leis universais, encontram facilmente o novo, o que vai adiante, o futuro que está a frente, o distinto de tudo conhecido no viver, até então.
Com a fé atuando na reflexão, não haverá dificuldade que perdure, confusão que se mantenha, tampouco ilusão que se amplie, ao contrário da análise mental, ambas são sábias e intuitivas. Inexoráveis no que se propõem, e exatas no que realizam; precisam da inteligência espiritual, para serem cada vez mais velozes nas ações, e intensas e precisas nas realizações. Eis que, os seres reflexivos dialogam consigo mesmos, não no que pensam ser, mas no que, em essência, são.
Não obstante, a importância da reflexão, tanto quanto da fé, está afeita ao fato de que, tão importante quanto saber o que se sente, é sentir o que se sabe, concomitantemente. Portanto, parece-nos claro, que nós, seres humanos, devemos ser reflexivos, cada vez mais, pois é delas significar e resignificar. Acalmar e resgatar. Coisa admirável! Elas atraem o que merecemos, por termos cumprido o nosso dever de buscá-las, colocando nossas vidas em perspectiva e projeção. Isto porque, ambas sempre superam todas as expectativas, e com elas, devemos viajar sem a preocupação de nos extraviar no vazio das noites escuras da alma.
O medo de errar não pode ser maior do que a vontade de aprender. Assim, confiar e refletir valem a pena, ainda que nossa inteligência espiritual seja pequena. Afinal, tudo de que elas necessitam, a Fé e a Reflexão, é de tempo e espaço, desmedidos, para responder à altura, o processo de evolução. Bom que se rediga. Quem reflete e confia, percebe a inteligência do espírito despertando, construindo, desenvolvendo-nos para a inevitável evolução. Isto porque, nada regride; não podemos evitar ser um Ser de corpo e alma a serviço do Eu Maior.
É na medida em que refletimos, que iluminamos o que desejamos conhecer, a partir de dentro de nós mesmos, que não só conhecemos, mas também realizamos, concomitantemente.
Até porque, a evolução é tão contundente, quanto voraz, em relação ao seu único eterno foco: o novo. E somente não refletem, aqueles que ainda não são inteligentes o suficiente para se libertar da cadeia da dualidade; aqueles que ainda não desejam acelerar voluntariamente a sua evolução inegável, inevitável e auto sustentável, portanto. E em tal processo, os seres evolutivos, reflexivos e devotos o bastante, se mantém, no mínimo, um passo à diante.
Ela nos induz à instrução, à devoção, à intuição, àquela ação que é sem medida para a alma. Ação do Eu Maior e não do ego; evoluir a ação do que em essência somos, e não do que pensamos ser. Contudo, a evolução não é um trilho, mas sim uma trilha; ela se constrói na medida em que nos pomos a trilhar. É agora, ou nunca será. Ela é tão tenaz quanto etérica. Infalível atuação. Os Seres Humanos inteligentes espiritualmente, já sabem disso, que devemos ser mais e mais devotos e reflexivos, e que nunca mais tendamos a desistir ou estagnar. Sem fé e reflexão, somos apenas terapeutas; mas nunca preventivos ou integrativos. Quem se entregar, tão logo se perceberá fazendo o feito. Até porque, o novo existe, e sempre vem.