Uma vez me perguntaram: Você acredita em milagres? Em curas?
Temos que tomar muito cuidado com as respostas que deixamos proferir de nossas bocas, risos.
Até muito tempo atrás os milagres eram coisas que aconteciam somente em passagens bíblicas conforme a descrição das Escrituras Sagradas, porém hoje podemos entender que os milagres continuam presentes, mas de formas muito diferentes do que nos foi proporcionado no livro das escrituras.
É possível entender que atualmente os milagres e curas acontecem de maneiras e de formas mais variadas possíveis, por meio de alguma pessoa, animal, elementos da natureza, orações, rezas, meditações, ritos de purificação e por aí a fora. É de suma importância ressaltar que na maioria das vezes vem pelo ser animal racional denominado homem.
O homem tem seu papel como condutor da cura e os milagres a Deus e as divindades.
Vamos entender um pouco isso.
Nesse momento seremos neutros no processo para que facilite nossa fala, ou seja, não seremos Judeus, Cristãos, Católicos, Protestantes, Cardecistas, Budistas ou qualquer outra forma de manifestação cultural/regiliosa, mas nos atentemos ao chamado momento de fé.
A fé move montanhas, já se diz um dito popular.
Tendo formação em Ciências da Saúde, posso relatar que já vi situações que aos meus olhos pareciam impossíveis ser tratado ou curado e que passaram por aquela situação e são provas vivas de superação e testemunhos.
Como relato posso descrever o ocorrido comigo.
Em agosto de 2019 em exames de rotina, ao passar com o ortopedista referi formigamento no braço direito e dor cervical, além da dor lombar que já me acompanhava há 20 anos, adquirida por esporte de impacto. Ele resolveu solicitar uma ressonância magnética de toda coluna (cervical, torácica e lombosacra) que realizei rapidamente e já retornei para mostrar os exames. Como era de se esperar, uma protusão discal em cervical (hérnia cervical) havia se formado e por isso a dormência e formigamento no braço, mas ao preparar a receita dos anti-inflamatórios, me falou para procurar um nefrologista ou urologista de confiança para investigar, pois aparecia uma imagem no rim direito sugestivo de um cisto ou algo similar.
Nesse momento ouvi aquilo e pensei, deve ser algo simples e no mesmo momento já agendei a consulta com um médico urologista conhecido que foi no dia seguinte.
Quando apresentei as imagens para esse médico amigo (japonês), ele arregalou os olhos e disse: “caracas” vou te encaminhar para um urologista amigo meu que atende aqui, ele é professor na Unicamp e especialista.
Já vou pedir os exames laboratoriais, ultrassom, tomografia e você já realiza e traz para ele. Já vou conversar com ele e você já passa.
Ele estava mais assustado que eu, risos.
Perguntei é sério? O que é?
Parece um tumor, e não parece bom.
Nesse momento senti que algo não estava bem. Corri com os exames conversei com minha esposa e mantivemos silencio até saber o que estava por vir.
Ao retornar a clínica para o atendimento com o novo médico, eu estava ansioso e minha esposa se segurando para não demonstrar todo o medo que estava sentindo.
Fomos recebidos por um senhor de meia idade, calmo, sereno de voz mansa que explicou as imagens e deu as opções de fazer uma biópsia renal, o que poderia ter um risco de sangramento ou partir para o procedimento cirúrgico.
Naquele momento depositei toda a minha confiança naquele homem, calmo e tranquilizador e disse:
Vamos à cirurgia
Estava tudo certo para dia 15 de outubro de 2019 a realização do procedimento cirúrgico, com reserva de sangue (hemoderivado) e UTI caso algo não corresse tão bem.
O fato foi que no dia 10 de outubro meu convenio (plano de saúde) foi suspenso pelo a Instituição em que eu trabalhava e aí começou toda a preocupação, agora estava sem plano de saúde, sem cirurgia e um câncer (adenocarcionoma) desenvolvendo no rim direito. Pânico!
Vinte dias depois foi ofertado um outro convenio bem inferior que não dava cobertura ao atendimento com o cirurgião em que eu tinha feito todo o processo.
Me informaram que a partir de janeiro poderia fazer um upgrade do convenio e poderia dar continuidade.
Bom, conversei com o meu amigo, aquele médico que me atendeu anteriormente e ele me solicitou uma ressonância e uma tomografia (isso o convênio cobrira, risos) e realizei no dia 31 de dezembro ao meio-dia. Omiti essa informação da minha esposa. Com o resultado que enviei para esse médico amigo, ele me disse: - está estável, mantendo o mesmo tamanho, dá para esperar até a liberação do convenio.
Fiquei mais tranquilo, só que não, risos.
Sabia que havia algo ali que precisaria ser removido.
Como bom cristão orei bastante e não deixei de cumprir minhas atividades de trabalho e rotineiras.
No dia 10 de janeiro de 2020, me chamam para realizar o upgrade do convênio, que rapidamente realizei e já agendei a consulta com a cardiologista para emissão de laudo e com o médico cirurgião.
No dia 16 de janeiro já realizei as consultas e no retorno com o médico cirurgião, minha cirurgia ficou autorizada para dia 16 de fevereiro de 2020.
Realizei o procedimento na data marcada, com reserva de sangue (caso acontecesse um sangramento inesperado) e Unidade de Tratamento intensivo (UTI).
Na antessala (pré-operatório), lá estava eu em uma maca e minha esposa ao meu lado (estava pálida, temerosa, com sua mão gelada) tentando imaginar que tudo iria dar certo.
Entra o anestesiologista e começa a fazer a anamnese coletando todas as informações necessárias e falando que o procedimento seria complexo, mas que a reserva de sangue e a vaga na UTI estavam “ok” (novamente essa fala).
Agradeci e permaneci ali pensativo em tudo que poderia ocorrer. Detalhe, eu não olhava para o rosto da minha esposa, pois sabia que iria dar ruim, risos.
Na sequência entra o cirurgião e diz: vamos fazer a marcação. Com uma caneta pincel começa a fazer a marcação e diz: se conseguirmos, realizaremos por videolaparotomia para retirada de um terço do rim e faremos uns orifícios aqui e ali, mas caso haja alguma alteração e tenha que retirar metade ou o rim todo, teremos que fazer com céu aberto (termo utilizado para a cirurgia convencional), mas não se preocupe, a reserva de sangue e a UTI estão “ok” (de novo, risos).
Falei para o cirurgião, que estava nas mãos dele. Em seguida fui encaminhado para a sala de operação, sendo levado em maca.
Eu sempre trabalhei na área da saúde, sempre levei e trouxe pacientes do centro cirúrgico e UTI (atuando como enfermeiro), mas era a primeira vez que eu estava numa maca sendo encaminhado para aquele local, e pela primeira vez olhei para o teto do hospital, tentando me apegar a uma teia de aranha, rachadura ou coisa assim, mas não tinha.
Foi aí que eu falei com Ele: Senhor, estou em suas mãos, use as mãos habilidosas desse profissional para realizar um milagre (cura).
A cirurgia durou próximo de seis horas, que para mim durou um minuto (estava em anestesia geral), mas para minha esposa uma eternidade.
Antes de eu voltar para o quarto, sim fui para o quarto e não para a UTI e não recebi sangue (hemoderivados) e o procedimento foi por videolaparotomia. E o melhor está por vir. A notícia do cirurgião para minha esposa foi que o procedimento foi delicado e demorado, mas o câncer estava encapsulado e foi retirado na totalidade e a palavra cura saiu da boca dele. Seu Emilio está curado, tudo correu melhor do que esperado.
Voltei para o quarto acordado, já pulando da maca para cama, com soro, dreno e sonda, mas bem e com muita fome!
Lembro do detalhe fome, pois havia uma gelatina no quarto e eu pedi para minha esposa me dar e o pior é que eu falei, sei que vou vomitar, mas preciso comer.
Realmente, alguns episódios de vômitos aconteceram, mas no dia seguinte já estava tomando meu banho no chuveiro, retirando sonda e no segundo dia, retirada de dreno, soro e alta.
Passei com a oncologia que solicitou os exames e confirmou que estava curado.
Por que fiz esse relato?
Para entender que milagres e curas acontecem no nosso dia a dia, mas que cabe a cada um, da sua forma crer que é possível.
Não é imposição de uma religião ou cultura, mas o que cada um tem para si como entendimento. Caso não acredite, não tem creia nessa forma, pode sempre se apegar no que se sente bem, pois o importante é ser capaz de enfrentar as situações, mesmo que pareçam ser difíceis.
Há uma fala que nada é tão ruim que não possa piorar, ou nada é tão bom que não possa melhorar, ou que o fundo do poço não é o pior estágio, pois pode ter um porão e ser pior.
Brincadeiras a parte, encontre uma forma de ser feliz e superar os desafios que nos sãos ofertados cotidianamente.
Essa foi minha resposta para a pergunta inicial.