Esta exposição sublinha a importância da literatura como influência primordial nas novas propostas artísticas, em meados do século XIX, introduzidas por um ousado sentido de modernidade face ao academismo, numa atitude provocatória ao gosto institucionalizado.
Na geração seguinte, a arte moderna do Grupo do Leão surge em torno da figura de Silva Porto com pinturas de “ar-livre” e cromatismos intensos. A proposta de modernidade de Columbano, no centro do retrato das elites intelectuais, liga-se à novidade de alguns simbolismos e introduz uma ideia de representação de realidade que antecipa os modernismos.
As balizas cronológicas da coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea iniciam-se em 1850, numa data coincidente com a contestação da geração romântica, e nas últimas décadas do século XIX, prossegue no conceito de modernidade dos paisagistas e retratistas do Grupo do Leão.
Assim, este acervo incorpora as mais significativas obras oitocentistas e o fascínio dos sucessivos projetos de modernidade constituem uma verdadeira sedução que se liga à ideia consolidada na exposição Vanguardas e Neovanguardas da arte portuguesa. Num abrangente período, desde 1850 à atualidade, apresenta-se assim uma coleção única, assumida pela consistência dos seus núcleos.