O MAAT apresenta Jeff Wall. Time stands still. Fotografias, 1980–2023, uma das mais vastas exposições realizadas até hoje do trabalho de um dos mais influentes artistas visuais dos últimos quarenta anos. É também a sua primeira exposição individual em Portugal.

A exposição reúne 63 obras, que preenchem totalmente o edifício MAAT Gallery. Imagens que refletem os vários temas que o artista tem privilegiado ao longo da sua carreira: cenas da vida quotidiana, tensões e dramas inerentes às sociedades modernas e contemporâneas, como a solidão, a pobreza, a alienação, a violência urbana, o abandono e a exclusão social.

As obras retratam situações e cenários testemunhados, imaginados e/ou inspirados pelo imaginário e pelas referências do artista – também historiador de arte – em disciplinas como a pintura, a literatura, o teatro, a performance e o cinema, enquanto formas de representação e de encenação da realidade.

Na sua maioria, são imagens de grandes dimensões, algumas das quais retroiluminadas. Jeff Wall adotou este método em 1978, na sequência da sua primeira visita ao Museu Nacional del Prado, em Madrid. Encantado com as pinturas dos grandes mestres, como Diego Velázquez e Ticiano, procurou uma maneira de representar pictoricamente a vida quotidiana. Um anúncio iluminado que viu na rua, suscitou-lhe o que viria a ser a sua imagem de marca: composições semelhantes a pinturas a óleo criadas a partir de um medium contemporâneo.

As imagens de Jeff Wall são assim, em regra, um ato previamente pensado, planeado e posteriormente executado, processo que o artista designa por “cinematografia”. “A poética ou a ‘produtividade’ do meu trabalho tem-se centrado na encenação e na composição pictórica – aquilo a que chamo ‘cinematografia’. É isso, espero eu, que torna evidente que o tema foi subjetivizado, que foi retratado, reconfigurado de acordo com os meus sentimentos e literacia”, descreve o artista.