A simetria tem sido sempre um assunto de obsessão na arquitetura. Desde a Grécia Antiga, no Império Romano e, posteriormente, recuperado na Renascença, com o propósito de encontrar a verdadeira beleza.
Em arquitetura, parte da sensação de estabilidade e permanência no tempo que se tem diante de certos edifícios deve-se ao uso da simetria como uma estratégia geométrica para conceber formas e espaços. A simetria é um ponto de contato entre estética e matemática. No entanto, o seu conceito mudou e expandiu-se ao longo do tempo.
Partindo da ideia de que a simetria é um princípio de ordenação resultante de transformações isométricas que mantêm o objeto original invariável, explorar a simetria não significa gerar soluções de desenho simples e previsíveis. Pelo contrário, abre a possibilidade de explorar a complexidade geométrica com base em regras simples.
A fabricação digital é também uma área crucial na produção arquitetónica contemporânea, pois viabiliza a materialização e a exploração criativa de formas, através da compreensão da amplitude do conceito de simetria, que de outra forma dificilmente poderiam ser executadas
A arquitetura contemporânea tem vindo a experimentar uma crescente liberdade geométrica em diferentes níveis. Têm sido introduzidas novas abordagens no processo de projeto, as quais são mais aptas a explorar novas formas e geometrias. O desenho generativo é uma delas e pode ser definido como a criação de formas determinada por algoritmos. As tecnologia digitais proporcionam ao arquiteto a possibilidade de explorar a simetria no projeto arquitetónico. O uso de design computacional e processos de fabricação digital permite explorar e materializar outros nível de complexidade de projeto de uma forma estruturada e controlada.
Considerando a definição matemática de simetria, a sua importância na arquitetura reside no seu potencial generativo. A capacidade das ferramentas utilizadas influencia a dimensão criativa. A passagem de ferramentas analógicas para design computacional e fabricação digital permitem agora a exploração da simetria de uma forma que seria difícil no passado.
A exploração dos meios de representação e, por outro lado, a inclusão do computador como ferramenta generativa de projeto e não apenas de representação poderá representar um aumento significativo na capacidade de testar e explorar em arquitetura.
Assim, quando o arquiteto recorre ao design generativo como processo de conceção de projeto para transformações simétricas no espaço, uma geometria inicial pode evoluir num sem fim de soluções imprevisíveis. Tirando proveito das potencialidades das ferramentas atuais mas recorrendo às lógicas de simetria do passado. Desta forma, abrem-se novas possibilidades a explorar onde a representação e a construção do projeto não estão limitadas pela complexidade formal e pela repetição, como aconteceu até então.