Iole de Freitas traz para a sua mostra na Galeria Raquel Arnaud três esculturas em grande formato e cerca de sete peças menores, todas feitas em aço. As obras apresentadas exigiram extensa pesquisa, cálculos de pontos de apoio, inclinação e resistência, levando a artista a criar ferramentas para trabalhar as placas de aço utilizadas nas obras. Iole ressalta que o aço, mesmo sendo resistente e industrial, se deixa moldar, assume novos formatos, surpreendendo ela mesma e o espectador por suas possibilidades. O texto da exposição é assinado pela crítica e historiadora da arte Elisa Byington.
A investigação sobre a ocupação dos espaços arquitetônicos de museus e galerias, um dos pontos-chave da produção da artista, evidencia-se na mostra pelas experimentações espaciais que exploraram a relação entre a horizontalidade do volume da galeria e o posicionamento das obras. Pousadas no chão, sugerem uma intensa relação de corporeidade entre elas e o espectador.
Nas demais obras apresentadas, esculturas em menor formato, surgem dobraduras curvas no aço plano, como elemento central da força poética dos trabalhos. Em aço escovado à mão, as peças refletem a luz difusa no ambiente. Assim, apesar de sua densidade, as obras provocam sensação de leveza e movimento, aspectos marcantes na produção da artista.
Iole de Freitas (1945, Belo Horizonte (MG), vive e trabalha no Rio de Janeiro) participou de importantes mostras internacionais, como 9ª Bienal de Paris, 15ª Bienal de São Paulo, 5ª Bienal do Mercosul e da Documenta 12, em Kassel, Alemanha. Além de individuais e coletivas em várias cidades do mundo, seus trabalhos integram importantes coleções, entre as quais, MAC – Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; MAM – Museu de Arte Modernade São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de Niterói; Museu de Belas Artes, RJ; Museu do Açude, RJ; MAM- Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; MAR-Museu de Arte do Rio; Bronx Museum (EUA); Winnipeg Art Gallery (Canadá); e Daros Foundation (Suíça).