A exposição Pinacoteca, acervo é feita do acervo de arte brasileira da Pinacoteca, ocupa 19 salas do Edifício Pinacoteca Luz com cerca de mil obras de mais de 400 artistas.

Aberta ao público em 2020, substituiu a mostra de longa duração anterior, Arte no Brasil, uma história da Pinacoteca de São Paulo, que ficou em cartaz entre 2011 e 2019.

O acervo mescla tempos históricos e técnicas artísticas, debate a representatividade de artistas mulheres, afrodescendentes e indígenas no acervo, investiga as relações entre arte e sociedade, bem como a representação da paisagem e do espaço urbano. Assim, a mostra abandona as recorrentes narrativas lineares e cronológicas, em favor de novas perspectivas sobre a arte.

A exposição reúne itens de todas as coleções que hoje se encontram sob a tutela da Pinacoteca, incluindo os comodatos Nemirovsky e Roger Wright, mais alguns comodatos propostos especialmente para a mostra, como é o caso da obra da Adriana Varejão.

A narrativa expositiva está organizada em três núcleos, cujo fio condutor é a figura do artista. O primeiro, Territórios da arte, aborda como artistas representam a si mesmos e aos outros, explorando, em seguida, as diferenças entre técnicas artísticas e entre as próprias definições de arte.

No segundo, Corpo e território, as abordagens se modificam e se centram na relação dos artistas com o mundo físico ao seu redor, as visões da paisagem e do ambiente urbano.

O último núcleo, Corpo individual / corpo coletivo, investiga as relações entre o artista e a coletividade, como questões de gênero e identidade.

Por meio de uma Doação do Programa de Patronos de Arte Contemporânea da Pinacoteca de São Paulo, o museu adquiriu, pela primeira vez, em 2019, obras de dois artistas indígenas contemporâneos: Feitiço para salvar a Raposa Serra do Sol, de Jaider Esbell, do povo Makuxi de Roraima, e Voyeurs, Menu, Luto, Vitrine; O antropólogo moderno já nasceu antigo; e Enfim, Civilização, de Denilson Baniwa, artista do povo Baniwa do Amazonas, que estão presentes na mostra.

Em 31 de outubro de 2020, a Pinacoteca de São Paulo inaugurou a exposição de longa duração de seu acervo ao mesmo tempo em que abriu a primeira exposição dedicada à arte dos povos originários, Vexoá: Nós Sabemos, que ocupou três salas para exposições temporárias localizadas no segundo andar do Edifício Pina Luz e teve a curadoria de Naine Terena.

O Núcleo de Pesquisa e Curadoria deu início ao projeto da nova coleção da Pinacoteca de São Paulo, em 2017. A reformulação da exposição de longa duração foi elaborada pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria em conjunto com as outras áreas do museu.

Além de pesquisa de opinião realizada com visitantes do museu, um seminário realizado em 2018, “Modos de ver, modos de exibir”, trouxe muitos subsídios de reflexão para a equipe curatorial, especialmente no que diz respeito aos debates sobre o pós-colonialismo e a representatividade étnica e de gênero.

O projeto contou também com a interlocução com outros profissionais externos à Pinacoteca, como Moacir dos Anjos, Julia Rebouças, Renata Bittencourt e Denilson Baniwa.