Os trabalhos apresentados nesta nova exposição do artista Rui Pedro Jorge foram realizados entre 2013 e 2015.
Andando por aí, fazendo percursos rotineiros temos a sensação de que isso é, em muitos casos, aborrecido, repetitivo e é, de uma maneira geral, sempre o mesmo.
Contudo, como diz o artista, comigo o que tem acontecido é que me tornei mais recetivo às imagens que surgem durante alguns momentos nestes percursos; o acumular destes breves instantes vai reforçando algumas das ideias e das imagens de momentos anteriores. Apercebo-me de que, a certa altura, o modo como ainda olho para as coisas me diz que elas ou eu vamos mudando. E isto é algo que me dá um enorme prazer. Os trabalhos apresentados nesta exposição são como que um diálogo entre as ideias que ficam destas "passagens". Em quase todos eles encontramos uma atmosfera de silêncio e de vazio; sem figuras mas onde impera a sua ausência.
Nesta exposição tal como acontecia na música quando era gravada em vinil, poderiam existir os lados A e B. As ideias para cada um dos lados tiveram origens semelhantes mas, por necessidade e interesse em explorar novos caminhos, acabaram por divergir para abordagens diferentes tornando-se assim, simultaneamente, complementares.