O Museu do Amanhã foi inaugurado no último dia 19 de dezembro. O “presente” chegou três anos atrasado, mas recompensou as mais de 35 mil pessoas que foram conhecer o museu no primeiro final de semana da abertura. De presente para os visitantes foram oferecidas 36 horas de programação cultural gratuita na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. O museu é mais um projeto ousado do programa de revitalização da área do Porto Maravilha, ocupa um espaço de 30 mil metros quadrados no Pier Mauá, na Baía de Guanabara. Local histórico que recebeu o maior número de escravos negros na história do mundo, mais de dois milhões de pessoas desembarcaram no porto para “servirem” como mão de obra escrava no último país do mundo a declarar o fim da escravatura, o Brasil.

O Amanhã

Cinco perguntas norteiam o percurso narrativo: De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? Como queremos conviver nos próximos 50 anos? O conceito fundamental é que o amanhã não é uma data no calendário: ele é uma construção, e começa hoje. As escolhas feitas no presente determinam o leque de amanhãs possíveis.

Por meio de ambientes audiovisuais, instalações interativas e jogos criados a partir de dados fornecidos por instituições de pesquisa no Brasil e no mundo, o visitante é convidado a se engajar em uma reflexão sobre a era do Antropoceno, quando o homem se tornou força planetária capaz de alterar o clima, degradar biomas e interferir em ecossistemas. Crescimento da população e aumento da longevidade; padrões de consumo; mudanças climáticas; manipulação genética e bioética; distribuição de renda; avanços da tecnologia e alterações da biodiversidade serão questões presentes no conteúdo e representadas na expografia do museu, com curadoria do físico e doutor em Cosmologia Luiz Alberto Oliveira. O designer Ralph Appelbaum assina a concepção museográfica e Andres Clerici, a direção artística.

A exposição de longa duração se divide em cinco áreas principais: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Nós. Elas resultarão em mais de 50 experiências diferentes. Em cada uma dessas cinco áreas, o público terá acesso a um panorama geral sobre os temas tratados e poderá aprofundá-lo, se tiver interesse. A tecnologia funciona como suporte para a expografia, contribuindo para enriquecer a experiência do visitante. O conteúdo do museu foi elaborado por um time de mais de 30 consultores brasileiros e internacionais de diversas áreas. O museu também tem parceria com algumas das principais instituições da ciência no Brasil e no exterior, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Massachusetts Institute of Techonology (MIT), entre outras.

O museu é uma das âncoras do Projeto Porto Maravilha. Serão cerca de 30 mil metros quadrados, com jardins, espelhos d’água, ciclovia e área de lazer. O prédio terá arquitetura sustentável e busca a certificação LEED (Liderança em Energia e Projeto Ambiental), concedida pelo Green Building Council (USGBC). O projeto arquitetônico prevê a utilização de recursos naturais do local: a água da Baía de Guanabara, por exemplo, será utilizada na climatização do interior do Museu e reutilizada no espelho d´água. No telhado da construção, grandes estruturas de aço, que se movimentam como asas, servirão de base para placas de captação de energia solar.

A construção do Museu está incluída no conjunto de obras da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro realizadas pelo Consórcio Porto Novo, através da maior Parceria Público-Privada (PPP) do país. O projeto é iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Fundação Roberto Marinho, Banco Santander como Patrocinador Máster, a BG Brasil como mantenedora e o apoio do Governo do Estado, por meio de sua Secretaria do Ambiente, e do Governo Federal, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O Instituto de Desenvolvimento de Gestão (IDG), organização social de cultura sem fins lucrativos vencedora da licitação promovida pela Prefeitura do Rio, será responsável pela gestão do Museu do Amanhã.

Exposição Principal

O visitante começa sua experiência no Cosmos, onde participará de imersão coletiva. Em ambiente fechado em forma de ovo, com projeção em 360 graus, o público fará viagem sensorial pelo universo em todas as suas escalas – das partículas microscópicas às galáxias mais distantes. Em seguida, na área chamada de Horizontes Cósmicos, poderá aprofundar conhecimentos com o auxílio de telas interativas individuais.

Na Terra, três cubos de sete metros de largura por sete metros de altura representam as três dimensões da existência: Matéria, Vida e Pensamento. No cubo da Vida, por exemplo, o DNA, elemento comum a todas as espécies, está representado em seu exterior. Internamente, a diversidade e a interconectividade da vida na Mata Atlântica surgem em uma seleção de fotos produzidas durante três expedições realizadas para o Museu do Amanhã. Seis extratos estão representados: Campo de Altitude, Floresta de Alta Montanha, Mangue, Restinga, Terras Baixas e Baía.

A parte central do percurso narrativo será dedicada a pensar o hoje, suas características e seus sintomas. Totens com mais de 10 metros de altura formam o Antropoceno com conteúdo audiovisual sobre ações do homem no planeta para despertar no visitante a consciência do papel que desempenha na atualidade. Há indícios de a humanidade será composta de 10 bilhões de pessoas em 2060. As próximas cinco décadas podem condensar mais mudanças do que os últimos 10 mil anos. Nesse contexto, o Museu do Amanhã irá explorar a diversidade com ênfase no comportamento humano. No campo da sustentabilidade, as experiências vão levar o visitante a se perguntar ‘como poderemos viver?’. Já no campo da convivência, a questão será ‘como queremos viver?’. Entre os totens, quatro “cavernas” convidarão o visitante a entender mais sobre o tema. O Amanhã surge no museu em três ambientes diferentes, com experiências coletivas, e é representado pelo entrelaçamento de seis grandes tendências: mudanças climáticas extremas, alteração da biodiversidade; crescimento populacional e aumento da longevidade; maior integração e diferenciação da produção; aumento de artefatos e criação de novos materiais, em função do avanço da tecnologia e expansão do conhecimento.

A área Nós fecha percurso de visitação de forma simbólica com uma experiência de luz e som. Seu elemento central, um churinga (espécie de amuleto) de aborígenes australianos, é um dos mais antigos artefatos existentes no planeta e única peça física do acervo. Os churingas estão presentes em várias culturas e representam conhecimentos adquiridos e passados adiante. São verdadeiros elos de conexão entre gerações.

Outras áreas do Museu do Amanhã

Além da exposição principal, o Museu do Amanhã terá espaços para exposições temporárias, auditório com 400 lugares, cafeteria, restaurante e loja. O museu abriga ainda o Laboratório das Atividades do Amanhã, ambiente coletivo de experimentação e espaço para exibição de projetos e protótipos, e o Observatório do Amanhã, que irá exibir, catalogar e repercutir relatórios e informações das últimas pesquisas científicas e tecnológicas em temas relacionados ao museu. O Observatório tem, também, a função de atualizar dados da exposição de longa duração.

O Museu do Amanhã proporcionará uma visão acessível dos processos complexos que estão alterando o planeta. Na sondagem e experimentação de novos panoramas e convivências, o espaço se converte em instrumento de educação que aponta cenários em transformação de um futuro próximo – possibilidades produzidas no presente com impacto sobre as novas gerações.

Ligações:
Website: www.museudoamanha.org.br
Facebook: https://www.facebook.com/museudoamanha
Twitter: https://twitter.com/museudoamanha/
Instagram: https://instagram.com/p/-rtPT0xpMd/

Funcionamento:
Terça-feira a domingo, de 10h às 18h (última entrada para exposição 17h)
Entrada gratuita às terças

Ingressos:
R$ 8,00 (meia-entrada R$ 4,00)
Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard)

Atividades:
Exposições - pagas
LAA & Observatório - gratuitos (salvo atividades como workshops e aulas)
Visitas educativas - gratuitas
(atividades do LAA, Observatório & Educação funcionam com agendamento)

Políticas:
- Meia-entrada:
· Pessoas com até 21 anos
· Estudantes de escolas particulares (Ensino Fundamental e Médio)
· Estudantes universitários
· Pessoas com deficiência
· Servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro
- Gratuidade:
· Alunos da rede pública de Ensino Fundamental e Médio
· Crianças com até 5 anos de idade
· Pessoas com idade a partir de 60 anos
· Professores da rede pública de ensino
· Funcionários de museus
· Grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa
· Guias de turismo
· Vizinhos do Museu do Amanhã.

Fonte: Museu do Amanhã.