Nascido no Distrito Federal, Brasil, em 2003. Estudante autônomo de filosofia, história, idiomas, literatura e teologia. Contudo, essa descrição é menos simples do que aparenta, mas menos complexa do que eu imagino. Gosto de dizer que existe uma proporção quase que esotérica nisso. Se cinco são as matérias centrais de minha ocupação intelectual, cinco foram os anos para esse interesse se estabelecer.
Ora, se minha descrição não é fundada em qualquer diploma, só pode ser fundada em minha história. Por isso, permita-me expor um um sumário dessa jornada.
Aos 15 anos, eu era atleta de basquetebol. Meu sonho, longe de qualquer vocação intelectual, era o de competir no exterior. Entretanto, nasci presenteado com um desgaste no joelho. Nunca sofri limitações na vida comum, mas aquilo significava o fim da minha vida atlética.
Contudo, neste fim, eu percebi novos desafios. Se minha vida estava direcionada para a competição, grande foi a dificuldade de achar algo com o qual eu queria "trabalhar": fui forçado a buscar minha vocação. Acontece que a vida carrega consigo tantos acidentes que é difícil traçar de maneira sintetizada o que me trouxe até aqui. Mas posso dizer alguns vislumbres desse farol que me guiou.
E o principal vislumbre foi o incômodo com o falso. Ainda tenho dificuldade de explicar o que seria isso, mas o meu espírito simplesmente se doía mais diante de uma mentira. Não falo ainda daquele incômodo que se tem diante de uma injustiça social, é algo diferente, é uma espécie de caridade com a Verdade ao vê-la sendo injustiçada. Não que eu estivesse certo sobre tudo, mas, nas minhas limitações, aquilo que eu considerava falso doía os meus nervos: eu tinha que saber a verdade e expressá-la.
Por aí em diante, são livros atrás de livros; histórias atrás de histórias.
Mas, dentre tantos, eu gostaria de destacar dois grandes autores que foram decisivos. O primeiro foi Sertillanges, que deixou clara o que é a vocação intelectual e ensinou seu aspecto grave e sagrado. O segundo foi Mortimer J. Adler, que me apresentou a prática da vida de estudos - não coloco esses autores aqui à toa, minha vida teria um rumo diferente sem eles. Destes dois autores em diante, qualquer desafio que eu enfrentasse em relação aos estudos já não era mais sobre que eu iria estudar, mas sobre a minha disposição sacrificial para a Verdade. Coisa que acredito não ter vencido até hoje, o sacrifício nunca é o suficiente.
No primeiro ano desta jornada, meu interesse principal era a filosofia. Mas, no segundo ano, comecei a me interessar profundamente pela história do Brasil. Ao terceiro, o sonho de um dia ser poliglota brotou em mim: foi quando comecei o estudo das línguas. Por último, dos dezenove e vinte anos, me encontrei, não sei se por paixão ou por dever, com a teologia e a literatura. Por isso digo que parece haver uma progressão simbólica em toda a coisa.
Mas esta progressão significaria pouca coisa ou nada se não tivesse por consequência última a formulação do pensamento, seja falado, seja escrito. Portanto, o que você ler nos meus artigos é um belo sincretismo desta vida de estudos acompanhada das experiências comuns.