Como sabemos, o Clube de Pelé (maior jogador de todos os tempos) se encontra na Série B do Campeonato Brasileiro. Aqui na Revista Meer, levantamos as possibilidades de reconstrução do Santos Futebol Clube. Tomo a liberdade de fazer um paralelo entre o time do Sport Club Corinthians Paulista e o Santos de 2023, pois há muitos paralelos entre ambos os clubes, refletidos nos resultados terríveis dentro de campo para o Santos e que agora se refletem para o Corinthians.

Uma das grandes semelhanças é o fato de ambos os clubes terem terríveis problemas financeiros herdados das más gestões anteriores. O Santos de 2023 herdou dívidas das péssimas gestões de José Carlos Peres e do mandato tampão de Orlando Rollo. Dívidas essas que impediram uma boa montagem de elenco e resultaram em escolhas horríveis em matéria de contratação e promoção de jogadores jovens numa situação muito ruim, queimando promessas com algum futuro. Esse problema foi repassado para um gestor amador, sem a altura da presidência do clube, com um verniz de técnico: o senhor Andres Rueda.

No caso do Corinthians, há um problema grave ligado ao financiamento da Caixa Econômica Federal para o estádio e dívidas ligadas a direitos de imagem (por exemplo, o caso do zagueiro Gil, atualmente defendendo o Santos Futebol Clube) e à ausência de um patrocinador master. Isso faz com que a montagem do time seja baseada em jogadores muito novos, promovidos num momento péssimo, e resulte em péssimas contratações, porque certos diretores do clube veem a possibilidade de economizar dinheiro nas contratações. Isso gera péssimos resultados em campo, repassando o controle do clube de um grupo político ultrapassado do ex-presidente Andrés Sanchez para um amador ligado ao presidente Augusto Melo.

Outro ponto semelhante aos dois times é a imensa troca de técnicos e a aposta simplista e constante na substituição de treinadores para melhorar a situação do clube repentinamente. O Santos Futebol Clube teve uma troca de cinco treinadores ao longo de sua trajetória ruim rumo ao rebaixamento em pouquíssimo tempo. O Corinthians já teve cerca de quatro treinadores em menos de um ano.

Mais uma semelhança está relacionada aos elencos frágeis de ambos os times. O elenco do Santos Futebol Clube de 2023 foi montado de forma muito ruim, buscando jogadores de forma bastante aleatória e em descompasso com o que o técnico via como deficiência. Esse problema se juntou à constante troca de técnicos. Isso está se repetindo no time do Corinthians de 2024.

Outro ponto semelhante entre o Santos de 2023 e o Corinthians de 2024 é a terrível desarticulação entre a diretoria de ambos os clubes nos respectivos momentos. No Santos, havia um terrível confronto entre o Conselho Gestor (um erro gravíssimo da gestão Peres, porque burocratizou muito o clube e era presidido pelo atual presidente Marcelo Teixeira) e o presidente do clube, Andres Rueda. Houve diversos atritos em contratações e na forma de direção do clube, culminando no primeiro descenso da sua história.

Isso está se repetindo no Corinthians deste ano, com grandes atritos entre Rubão (ex-diretor de futebol) e Augusto Melo, além de sérias confusões entre outros membros do clube e o presidente. Isso gera diversos ruídos e evita posições mais assertivas em relação ao clube, seja na questão de contratações ou na escolha de técnicos e demais ações.

Portanto, há muitas semelhanças entre os dois clubes. Não sei dizer se o Sport Club Corinthians Paulista terá o mesmo destino do Santos Futebol Clube, mas percebe-se que o caminho traçado entre ambos é para resultados muito parecidos, se não houver nenhuma movimentação para reverter esses pontos críticos por parte do time do Parque São Jorge.