O termo Cibercultura é recente, quanto a isso existe uma certa diminuta em traduzi-lo na prática, é equiparado à cultura digital, ainda assim, ele está presente no nosso dia a dia. Este conceito deriva da constante tecnologia em progresso e abarca uma larga escala de fenómenos culturais sob um olhar atento e crítico. Converge diversos aspetos, traça aproximações e semelhanças a uma filosofia da tecnologia.
Partindo de uma leitura e análise societária, o que é uma Cibercomunidade? Como se formou a rede social? Sobre estas particularidades, definindo conceitos como ciberidentidade e os seus traços característicos e específicos de participantes na rede social.
Do ponto de vista sociológico, toda e qualquer identidade é construída, apontando como principal questão o como, a partir de quê, por quem e para quê. A construção de identidades vale-se da matéria-prima fornecida pela história, geografia, biologia, instituições produtivas e reprodutivas, pela memória coletiva e por fantasias pessoais, pelos aparelhos de poder e revelações de cunho religioso. Porém, todos estes materiais são processados pelos indivíduos, por nós próprios, por grupos sociais e sociedades que reorganizam o seu significado em função de tendências sociais e projetos culturais enraizados na sua estrutura social, bem como na sua visão de espaço e tempo.
Seguindo o pressuposto de que as identidades são, de facto, fruto de um processo de construção, podemos inferir que esse processo é, também ele, fruto de um projeto, e, como tal, fruto das nossas escolhas, aquilo que forma a nossa identidade é a níveis psicológicos, de educação, da nossa formação, “o ciberespaço”.
Que papéis desempenhamos nós na sociedade e nas ciberidentidades? Como na cibercomunidade, disseminando o que nós somos, a realidade é tudo isto, e já não há realidade opondo-se à virtualidade, isto é dizer, tudo aquilo que nós somos, desenvolvemos e criamos uma ciberidentidade que simultaneamente é objeto de uma cibercomunidade. Somos tudo aquilo que nós quisermos nesse meio, nós seremos então um todo, essa tal ciberidentidade, é um todo que está sempre e em constante atualização, como um ciber-eu. Tendo então características associadas a uma cibercomunidade e a uma ciberidentidade, vivem e permanecem em nós, todos os dias, a toda a hora, a todo o minuto, a todo e qualquer instante quer estejamos a surfar na internet.
Para que serve então uma cibercomunidade e uma ciberidentidade? Vejamos, hoje em dia as empresas, as associações, quem cria e desenvolve projetos, comunidades e demais, unem-se em torno destas “ciber”, com algumas fortes visões de negócios estratégicos, empreendedores, inovadores e criativos, brotando ideias e com as aberturas de conta(s), nas suas comunidades e identidades, próprias para atingir um determinado fim ou objetivo, nas mais variadas redes sociais à nossa disposição, com fins filantrópicos, comerciais, ou talvez quiçá expandir a sua área de saber e ou negócio, permitindo interagir com os clientes, visitantes, comunidade(s), entidade(s) entre outras, focando e formando assim uma cibercomunidade virtual com objetos sociais, onde nos permite aplicar conceitos, visões, reflexões, criticas e demais opiniões, ao partilhá-los com pessoas que estão conectas no nosso círculo, com os seus utilizadores, com a sua restrita comunidade, bem com os amigos ou familiares.
O ciberespaço e a cibercultura não podem ser compreendidos em si, mas apenas em correlação com um estado de civilização, no entanto, estes utensílios que a história e a sociologia nos deram, e colocam à nossa disposição, são insuficientes porque estes saberes têm seguindo os paradigmas epistemológicos dominantes, recalcando todas as hipóteses de desenvolvimento de uma ciência e das civilizações. A Internet, sistema este que não pode ser visto isoladamente, mas sim em conjunto com alguns dos mais importantes desenvolvimentos tecnológicos do nosso século, quase como em comparação com as viagens espaciais, a manipulação genética, a microfísica, as teorias fractais e das catástrofes, a cirurgia plástica, a televisão, e evidentemente a informática, os sistemas de informação ou tecnologias de informação (it), convergem e a cibernética em sintonia com os efeitos sucessivos da modernidade e contemporaneidade.
A cibercultura encarna a forma horizontal, simultânea, puramente espacial, da transmissão. É por acréscimo que ela religa no tempo, a sua principal operação é conectar no espaço, construir e espalhar os rizomas do sentido.
(Pierre Lévy, 1997)
A cibercomunidade a par da ciberidentidade são conceitos que nos levam a questões, a curiosidades e em bom rigor a ter um pensamento critico-reflexivo, de características como estas que são essencialmente técnicas, culturais e civilizacionais. A crítica de refletir como em qualquer outra arte ou cultura, é mais interessante do que entusiasmo, existem, porém, preocupações que revelam implicações da “informática da dominação” na justiça social, e nas preocupações paroquiais ou tribais acerca da conjunção da informação de sistemas em redes, com a simulação ou narrativas digitais.
Nas cibercomunidades existem os webinar’s, blogs, palestras, workshops entre outro(s), onde podemos comentar, conectar, participar, opinar sobre determinados temas e conversas, no fundo a nível de sistemas de informação, são comunidades que foram criadas, originadas e mantidas no mundo dos vários canais digitais, num designado canal onde se aborda um tema inerente, a um tópico específico ou em torno desse tema, podendo gerar outra cibercomunidade.
Ou seja, por detrás de um canal digital, existem pessoas que gerem as contas, onde é criada a ciberidentidade, a informação que as pessoas disponibilizam acerca da sua identidade pessoal e da sua responsabilidade. Os dois conceitos complementam-se entre si, atualmente pode haver perfis falsos, identidades falsas, e é no fundo usurpação de identidade em fazer passar por outras pessoas credíveis e dignas de ciberidentidade, creio que as cibercomunidades a par das ciberidentidades podem significar ou ter outras conotações, estes objetos podem ser substituídos por representações de representações, o objeto material é a representação, num processo infinito.
A comunicação e a produção contêm em si mesmas o seu objeto e os seus objetivos, diante de nós temos cada vez menos objetos concretos e mais metáforas “mortas” tornadas reais pelo poder invisível, o mesmo será dizer, pela razão absolutamente racional, neste quadro cibercultural, o objetivo das instituições é a sua própria sobrevivência, como sempre, aliás, com a diferença de que, não existindo exterioridade, o individuo está “condenado” a ser, usufruir e incorporar uma comunidade e identidade, e todos podemos tornar como uma ciberidentidade numa cibercomunidade, não descorando assim todos os processos adjacentes até chegar a estes conceitos.
Para ligar pessoas, serviços, informações entre outros, a internet e o ciberespaço têm as suas transformações como inovações, devem estar ao dispor dos utilizadores no sentido de permitir o seu desenvolvimento, o exercício da liberdade de expressão, de levar a cabo iniciativas cívicas, experienciar novas formas de democracia cibercultural.
No comércio eletrónico por exemplo, hoje a principal atração, bem como o entretenimento. As convergências das tecnologias de informação, do audiovisual e das comunicações, abrem claras perspetivas insuspeitadas até há muito pouco tempo, com enorme impacto na transmissão do saber, na divulgação da cultura e da língua, nos processos de aprendizagem, na interação e integração dos utilizadores, na gestão das organizações, nos meios de entretenimento, na comunicação social, na interação entre grupos de cidadãos e na inovação de processos democráticos. Encontram-se indícios de que estes movimentos são imparáveis, como a prestação de serviços em rede, no comércio, neste caso eletrónico, no desenvolvimento de conteúdos, no entretenimento, na multimédia, no software, no audiovisual e em muito daquilo a que se chama economia digital.
Do ponto de vista tecnológico as cibercomunidades e a ciberidentidades serão cada vez mais globais para o desenvolvimento e proliferação de aplicações comerciais multimédia, contudo é também verdade que a cibernética se tornou num potencial perigoso pela ideia de controlo totalitário que os sistemas da informática permitem implantar, as denominadas “autoestradas da cibercultura”. Outros primas dizem que a cibercomunidade é a “webização” da comunidade em si, é a presença em estado online (em linha) cada vez mais presente nas pessoas, já a ciberidentidade diria que é a forma como as pessoas se apresentam na Internet, o seu “bilhete de identidade”.