Parabéns por acreditares em ti, no meio de todas as dúvidas, e continuares a lutar para construíres uma vida melhor.
Parabéns por não desistires de sonhar e por saberes que, a longo prazo, os teus filhos vão ter orgulho em ti e no que construíste.
Ser mãe-empreendedora é viver num constante equilíbrio desequilibrado, onde a voz dentro das nossas cabeças nos diz que não estamos a ser boas o suficiente. É viver de acordo com os nossos valores e princípios, ensinando os filhos através do nosso exemplo, a lutarem por aquilo em que acreditam. É mostrar todos os dias aos nossos filhos que para amar incondicionalmente alguém, não precisamos de nos anular e esquecer os nossos sonhos. É saber ser, por nós mesmas, sem depositar o peso da nossa felicidade nos nossos filhos.
Embora já empreenda desde os 19 anos, empreender não era algo que me passasse pela cabeça antes de conhecer o Helder. Sou filha de profissionais liberais e fui criada para arranjar um bom emprego e ir subindo na empresa.
Porém, quando experimentei empreender e senti a liberdade de poder tomar as minhas próprias decisões, nunca mais quis parar, não importa o quanto tenha sido difícil, nestes quase 20 anos. Claro que essa liberdade vem com um grande peso de responsabilidade, por mim, pela equipa e pelos clientes, e esse peso nem sempre é fácil de suportar, especialmente quando as coisas não correm como queremos.
Quando fui mãe, já tinha começado e fechado 3 negócios e estava a iniciar o meu primeiro negócio de sucesso, só que, na altura, não o poderia saber. Estava ainda na fase inicial, em que os sonhos são grandes, mas não podemos ter a certeza se vão mesmo tornar-se realidade. Naquela fase em que temos de dar tudo por tudo para o negócio vingar no mercado e eu com a barriga a crescer e depois com um bebezinho nos braços.
E mesmo assim, nunca me passou pela cabeça parar de empreender. Por vezes quase enlouqueço e me descabelo para lidar com tudo, mesmo contando com o apoio e companheirismo do Helder, o meu marido e sócio, a todos os momentos e em todas as frentes. Sei que sou muito mais feliz assim, mãe sim, mas mulher também e empreendedora sempre! Não seria capaz de abdicar dos meus sonhos, nem acho que deveria. Além disso, adoro que o meu filho faça parte dos nossos sonhos profissionais, que nos acompanhe de vez em quando e veja o que criamos diariamente pela nossa força de vontade, capacidade de sonhar e de pôr em prática o que de outra forma não passaria de um sonho bonito.
Na minha experiência como filha, vivi o amor da minha mãe de uma forma pesada e isso ensinou-me a fazer diferente para o meu filho. A minha mãe, embora tenha trabalhado sempre enquanto lhe foi possível, vivia para mim. Não foi da vida profissional que abdicou por mim, mas da vida social e enquanto mulher. E digo-vos que não pode haver peso maior para uma criança e jovem do que crescer a sentir que somos o mundo de alguém. Mesmo que isso nunca nos seja dito diretamente e nunca nos seja cobrado! Sentir que se não estivermos ali, que se nos acontecer alguma coisa ou se simplesmente quisermos ir conhecer o mundo, o mundo da nossa mãe vai desmoronar porque não tem mais nada que não sejamos nós.
E é por isso que luto e lutarei sempre para conquistar os meus sonhos, ao lado do meu filho e da minha família. Porque quero que o Xavier aprenda a conquistar os sonhos dele, que saiba que nem sempre é fácil, e que mesmo assim, compensa sempre lutar para sermos felizes. Quero que aprenda que somos nós mesmos os responsáveis pela nossa felicidade e que, pelo caminho, podemos melhorar a vida de quem nos rodeia de alguma forma.
Qual é a tua visão sobre ser mãe-empreendedora, partilha comigo nos comentários. E lembra-te que és uma mãe extraordinária e uma empreendedora incrível e que não é só sobre a quantidade de tempo, mas sobre a intensidade e o amor com que te dedicas a cada um.