Por norma muitos de nós pensamos que somos agentes de viagens autossuficientes, mas a verdade é que esta profissão requer muito estudo e empenho, empatia e dedicação. Os estudos advêm de cursos de turismo próprios profissionais ou estudos superiores como licenciaturas e mestrados; com áreas integradas desde a história, geografia, línguas, operações técnicas entre outras.
Não é suficiente utilizar motores de pesquisa, é preciso conhecer destinos, quais as melhores rotas aéreas, quais os melhores hotéis, relação qualidade/preço, zonas menos perigosas por onde possamos cirandar.
Além do mais há toda uma ciência aquando da reserva de uma viagem de avião. Pensamos, geralmente que os motores de busca/websites das próprias companhias aéreas dão a máxima eficácia na relação qualidade preço (não estou a desdenhar das mesmas, tentam sempre melhorar os seus canais diretos de vendas), mas a realidade é que nas agências de viagens existem GDS’s (programas próprios de distribuição e reserva direta nas mais variadas companhias aéreas de todo o mundo) que permitem retirar as melhores tarifas dentro das companhias aéreas em todo o mundo e que só existem ou dentro das próprias companhias aéreas, agências de viagens e operadores turísticos. Não só permitem buscar os melhores preços, como a reserva de grupo junto de companhias aéreas (quando estas não nos dão respostas imediatas), além do mais informam os preços finais sem qualquer tipo de taxa adicional quando já estamos a efetuar o pagamento, ou seja, sem qualquer tipo de surpresa.
Os agentes de viagens e operadores turísticos são autênticas enciclopédias ambulantes pois, ou já conhecem muitos dos destinos que vendem devido a viagens de inspeção dos mesmos, ou porque os clientes já foram e descreveram esses locais minuciosamente. E conseguem assim indicar quais as melhores praias, spots nas cidades, tours, quais os melhores alojamentos, melhores rent-a-car ou tipo de transporte a utilizar.
Não digo que devemos de deixar reservar as nossas viagens, mas devemos olhar para o agente de viagem como um valor acrescentado à nossa viagem. São eles que fazem milhares de manobras para conseguir reservar lugares impossíveis, surpresas em hotéis, upgrades em quartos como mimo para o cliente. E com a sua vocação, conseguem clientes para uma vida inteira que passam a ser amigos.
O agente de viagem/operador turístico ajudam a gerir expectativas sobre determinado destino ou local de alojamento para que o cliente final tenha uma viagem descansada, para que não chegue a um país, cidade ou zona de praia e não seja aquilo que esperava ser. Acreditem, no fim de tantas vendas e com o “follow up” das mesmas é como se já tivessem ido a esses destinos ou alojamentos centenas de vezes, sabendo assim o que estão a vender.
O agente de viagem/operador turístico é ainda um verdadeiro ouvinte e espécie de psicólogo pois precisam de conhecer os clientes (em vendas presenciais), tirar toda a informação possível para compreender o melhor destino adequado a cada situação e com o que podem despender monetariamente. Estas conversas muitas vezes se tornam verdadeiras confissões e desabafos em torno de situações que às vezes são complicadas como autodescobertas, mortes de ente queridos, divórcios e por aí além.
São alguns dos aspectos que devem ser valorizados nos agentes de viagem/operador turístico. Devem ir para esta profissão quem tem vocação, quem gosta, pois as reclamações também fazem parte do dia a dia, não são sempre dias cor de rosa. Há expectativas e dinheiro de férias/deslocações envolvidas. Há ainda os cancelamentos de viagens de avião, atrasos, avarias e quando são reservas feitas através das agências de viagens são os seus funcionários que devem resolver as mesmas e dar tudo o que têm para manter a satisfação do cliente e a resolução mais rápida que vá de encontro ao mesmo.
Podem continuar a organizar as vossas próprias viagens mas olhem para estes agentes/operadores como vossos aliados.