O caduceu liberta-se
serpentes aladas reais
um ovo de ouro no ventre
cura toda a gente
mesmo as doenças fatais.E naquele pote de ouro
o líquido sublimado
dança a cruz da vida
estrela do bem amado.(Alquimia, Maria Antónia Jardim)
Já é tempo de actualizarmos a Alquimia nas nossas vidas. Alquimia é purificação, é libertação, é harmonia dos opostos; equilibrio e comunhão energética. Como fazemos isto? Trabalhando o diamante em bruto que ainda somos, lapidando cada face mais rude, mais áspera, e tornando-a mais luminosa, radiante, entusiasmante, sem ziguezages entre a Palavra, o Pensamento e a Acção. Libertando cada um dos Eus aprisionado por medo, por falta de vontade, por superstição ou preguiça....harmonizando as trevas e o divino que habitam o nosso corpo, integrando as diversas vozes que o assombram, casando o dia com a noite, o sol com a lua, o sonho com a sapiencia prática que a vida nos exige no dia a dia. Comungando o verde da natureza, abraçando a nossa árvore preferida, cheirando a nossa flor predilecta e respirando os mantras do vento e das águas dos oceanos....
Sejamos o fósfero que acende a chama da vela; o farol que ilumina, a bússola que orienta, a mão que se dá a outra mão. Incorporemos alma e espírito, a ampulheta alada e o sonho da criança que há em nós e teima em se desvanecer...Brilhemos!
Façamos render os nossos talentos mais ocultos; libertemos os nossos pensamentos mais ousados, que a sorte vai certamente favorecer, e façamos as borboletas que estão dentro do armário, Voar!!!!!
Vamos ler e reler o livro aberto que é a nossa Vida, interpretá-lo à luz do dia e ao luar da noite. Vamos revisitá-lo, re-interpretá-lo e avaliá-lo tantas vezes quantas as necessárias até que ele se desprenda das páginas e dê o corpo ao manifesto...Viva!
Vamos comungar memórias queridas, ideias luminosas e pensamentos cuja energia é semelhante à nossa. A alquimia espiritual está à espera deste Renascimento do século XXI, que ele se cumpra, que o Ser Humano se celebre enquanto tal no caminho da Espiral.
A vida é um breve abrir e fechar de olhos, uma adivinha que se propõe aos sentidos...A vida é simbólica, pessoana, hiperbólica, é a nossa grande Figura de Estilo! Oxalá a nossa linguagem, corporal, verbal e espiritual lhe faça justiça!
Acreditemos em nós, nas palavras que proferimos e que criam realidades; acreditemos em nós, no esplendor do nosso coração que aquece as almas mais gélidas; na mudança que somos capazes de produzir mesmo nos destinos aparentemente traçados nas linhas das nossa mãos...