As escolas de arquitetura têm já uma maneira de formar os alunos para se tornarem bons arquitetos e nós temos igualmente uma maneira de avaliar o quão bem eles o fazem. Mas a arquitectura pode e deve ser também sobre investigação.
A cultura arquitetónica não tem uma tradição aprofundada em torno da investigação, o que significa que grande parte da investigação que acontece em ateliers para desenvolvimento dos projetos raramente é testada, generalizada e partilhada.
A investigação é fundamental para que uma escola de arquitetura tenha um propósito académico e clareza, para além de ensinar os truques do “negócio”.
A cultura da disciplina tem apresentado desenvolvimento em termos de contribuições individuais, mas não em termos de comunicação e partilha de novos conhecimentos comuns.
A arquitetura é de muitas maneiras uma disciplina global e complexa e, portanto, deve ser também o seu sistema educacional. As escolas de arquitetura precisam de fazer um trabalho melhor, definindo de que forma os seus alunos devem ser avaliados e ter uma melhor compreensão da disciplina no panorama atual. As escolas de arquitetura contemporânea mantêm ainda até aos dias de hoje muitas das ideias centrais do método Beaux Arts. Se quebrarmos a rígida hierarquia a que estamos habituados e a necessidade de competição, e recriarmos o estilo informal de café para discussão arquitetónica e inovação nas escolas de arquitetura contemporânea, elas irão tornar-se certamente ambientes de partilha para aprender e projetar.
Os alunos geralmente não possuem o conhecimento necessário. As escolas de arquitetura não treinam os estudantes sobre questões complexas, sobre as complexidades interligadas do comportamento humano e social, sobre as ciências do comportamento e tecnologia. Há pouco ou nenhum ensino em ciência, método científico ou desenho experimental.
Os arquitetos de hoje são mal treinados para atender às exigências actuais: precisamos de uma nova forma de ensinar arquitetura, com mais rigor, mais ciência e mais atenção às ciências sociais e comportamentais e à tecnologia moderna. Mas não podemos copiar os cursos existentes dessas disciplinas: precisamos estabelecer novos que sejam apropriados às exigências exclusivas dos requisitos de arquitetura aplicados. Mas atenção: não devemos perder os componentes maravilhosos e encantadores da arquitetura. O lado artístico da disciplina é fundamental: fornecer objetos, interações e serviços que encantam e informam, que são alegres. Os arquitetos precisam saber mais sobre ciência e engenharia, mas sem se tornarem cientistas ou engenheiros. Não devemos perder os talentos especiais dos arquitetos para tornar as nossas vidas mais prazerosas.
Precisamos procurar mais além e perguntar que valor os arquitetos possuem quando extraem lições de outras disciplinas? De que forma é que diferentes caminhos e origens influenciam o trabalho dos arquitetos hoje em dia? Como é que o ensino em arquitetura prepara as pessoas para outras disciplinas e que habilidades são transferíveis?