Em 13 de janeiro de 1937, era fundado o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), uma autarquia do Governo do Brasil vinculada ao Ministério da Cultura, responsável pela preservação do acervo patrimonial material e imaterial do país. Uma das mais antigas instituições públicas do Brasil e a primeira dedicada à preservação e promoção do patrimônio cultural na América Latina. Por conseguinte, mostrar os 80 anos de história das políticas públicas de preservação no Brasil, assim como, os desafios que surgem com o moderno conceito de patrimônio cultural tornou-se o foco da recém inaugurada exposição A Construção do Patrimônio.
Com curadoria de Luiz Fernando de Almeida, ex-presidente do Iphan, e patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal, a mostra encontra-se em cartaz desde 26 de Outubro na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Ao longo de 12 ambientes estão reunidas mais de 150 obras, entre elas, esculturas, quadros e documentos raros oriundos de acervos de diversas instituições culturais do país. A exposição desenha um roteiro que começa com a perspectiva da década de 1920, época de criação do instituto, sobre o que se queria preservar para as gerações futuras, e segue até a concepção atual a respeito do que queremos conservar para o futuro.
Ao longa da exposição o visitante encontrará obras e registros documentais de nomes como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Pierre Verger, Germano Graeser, Eric Hess, Marcel Gautherot e Mestre Vitalino, além da réplica de uma escultura de Aleijadinho. A mostra, além de fazer parte da programação das comemorações dos 80 anos do Iphan, busca fazer o público refletir sobre o patrimônio cultural brasileiro.
No primeiro dia de visitação, Luiz Fernando de Almeida, recebeu o público para uma visita guiada à exposição, após, houve um debate com a também ex-presidente do Iphan, Jurema Machado. Segundo Almeida, “O principal desafio para a área de preservação do patrimônio é a necessidade de uma consciência pública e coletiva do que é patrimônio e de um esforço que todos devem ter para preservar”. E acrescentou, “A preservação do patrimônio não é apenas resultado de uma ação governamental. É principalmente o envolvimento da sociedade no que ela imagina que agrega socialmente, naquilo que nos faz identificar como país, como comunidade, como sociedade”.
Além de importante acervo documental do próprio Iphan, a mostra também conta com obras do Museu Histórico Nacional (MHN), do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), do Museu de Arte de São Paulo (Masp), da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), da Casa Juscelino Kubitschek, entre outras instituições.
Em cartaz até dia 22 de Dezembro de 2017, a exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 21h.