Em Terceiro mundo. A dimensão descoberta, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas que remetem à experiência de dentro das telas.

Terceiro mundo. A dimensão descoberta, projeto desenvolvido em colaboração com a Serpentine Galleries, é uma exposição imersiva concebida a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia. No projeto, o artista Gabriel Massan constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narração colaborativa de história, desafia o conceito colonial de “exploração” e convoca o público a repensar suas ações no mundo.

Na mostra, visitantes podem escolher entre as quatros estações de jogos para começarem a jornada pelo jogo Terceiro Mundo ou podem permanecer no espaço para assistir a experiência dos jogadores em tempo real, por meio de cinco telas no espaço expositivo – como em canais dedicados a transmissão ao vivo de jogos.

O primeiro nível do jogo é Igba Tingbo, que em língua iorubá significa “longo prazo”. Caracterizado pelo trabalho da artista e psicóloga clínica Castiel Vitorino Brasileiro, a experiência nessa etapa enfoca o modo como o jogador se relaciona com a “alteridade”. Sòfo, que significa “Vazio” em Iorubá, é o segundo nível para onde os jogadores são enviados como Agente do QG.

Cada nível foi criado em colaboração com artistas e pensadores, que contribuíram na construção de diálogos, textos e narrativas, emprestando inclusive suas vozes aos personagens. Participaram LYZZA, Castiel Vitorino Brasileiro, Novíssimo Edgar e Ventura Profana, estando os três últimos incluídos na programação cultural que acontece no museu no 2º semestre de 2024.

O mundo foi criado em colaboração com o artista e rapper Novíssimo Edgar, a partir da sua vivência em São Paulo, sua cidade natal.

O artista digital multidisciplinar Gabriel Massan (Nilópolis, Rio de Janeiro, 1996), combina técnicas de contação de histórias e de construção de mundos para criar ecossistemas virtuais e esculturas digitais que simulam e narram histórias da experiência afro-indígena brasileira.

Movido pelo desejo de “revelar sistemas de desigualdade em vez de reproduzi-los”, seu trabalho investiga o chamado Terceiro mundo – uma classificação ofensiva imposta às nações não industrializadas e em desenvolvimento – é imaginado e relatado no Ocidente desenvolvido.

O jogo Terceiro mundo foi comissionado e produzido pela Serpentine Arts Technologies, em parceria com a Coleção Julia Stoschek e criação da Tezos. A Pinacoteca de São Paulo é responsável pela otimização e tradução do jogo para o português.

A exposição tem curadoria de Lorraine Mendes e Tamar Clarke-Brown e patrocínio de Vivo, na cota Platinum, Bloomberg e Iguatemi São Paulo, na cota Prata.