O olimpismo não é um sistema. É um estado de espírito.
(Pierre de Coubertin, 1918)
Completo, moderno e interativo, o Museu Olímpico em Lausanne, Suíça, é definitivamente um museu para todas as idades e públicos. Suas instalações à beira do lago Léman se encontram dentro do belíssimo Parque Olímpico, com esculturas de diferentes estilos e materiais. Sem dúvida, todo aficionado por esporte e jogos olímpicos deve um dia visitar esse museu e se deixar levar por uma fusão de tempo e espaço. Eis um pouco do que eu vivi na minha visita invernal ao Museu Olímpico em janeiro de 2017.
Logo na entrada do museu e do parque é possível perceber o fio condutor desse imperdível museu: a atemporalidade do movimento olímpico. Ao mesclar esculturas tradicionais de bronze representando as modalidades esportivas clássicas, colunas de mármores com inscrições sobre os presidentes do Comitê Olímpico e esculturas coloridas e de tamanhos diversos, o visitante entra em um túnel que funde os tempos de ontem, hoje e amanhã e os espaços dos jogos olímpicos da antiguidade e da modernidade.
O visitante atento, ao subir as escadarias principais, logo percebe que degrau sim, degrau não há o ano e o nome daquele que ascendeu a tocha nas cerimônias de abertura. Impagável ver o nome do nosso querido atleta olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima como o mais recente! Recepcionando os ingressantes, uma suntuosa estátua de Pierre de Coubertin, o pioneiro do olimpismo, está posicionada em frente ao intermitente fogo olímpico e ladeada por um belíssimo muro de mármore com as inscrições citius, altius, fortius, expressão cunhada pelo padre Henri Didon, amigo de Coubertin.
O percurso do museu é dividido em três partes, sendo duas delas exposições do acervo permanente e uma temporária. Na minha visita, a exposição temporária era sobre os estádios olímpicos do passado e do futuro. O highlight dessa exposição é a interatividade, pois é possível escolher estádios para comparar em uma tela interativa e também navegar por um mapa virtual do parque olímpico de Londres 2012. Além disso, pode-se explorar o Anfiteatro Flávio, o famoso Coliseu, também de maneira interativa com uma maquete e informações virtuais.
Em relação à exposição permanente, não tem como não se emocionar em vários momentos: da abertura em uma imersão virtual na antiga Olímpia até a edição de uma cerimônia de abertura há muita emoção! Pode-se ver as medalhas de diversas edições dos jogos tanto de verão quanto de inverno além de se fazer um passeio pelas tochas. Nota para a tocha dos jogos do Rio 2016, pois ela está assinada pelo time de refugiados, o primeiro na história dos jogos!
Multi-sensorial, dinâmico e fascinante, o Museu Olímpico ainda tem um café/restaurante super charmoso com varanda com vista para o lago, o que deve ser uma delicia de se apreciar no verão. Para terminar, a loja do museu tem souvenirs para todos os gostos e bolsos. Vale a pena ver. Apesar de sair fascinada com toda a experiência cultural que o museu proporciona, tive um saborzinho amargo na boca, pois os movimentos olímpico e paralímpico não são uma coisa só. Pouquíssimas referências aos jogos paralímpicos são encontradas e fico me perguntando o quanto o visitante ganharia de conhecimento caso os jogos paralímpicos fossem contemplados por esse lindo museu. Mas isso é duelo de gigantes e não me cabe discutir.