Uma das primeiras grandes evoluções na arquitetura veio com a Revolução Industrial, que começou em Inglaterra cerca de 1760. Foi caracterizada por mudanças radicais a vários níveis, mas na arquitetura especialmente com o crescimento da indústria pesada que trouxe uma avalanche de novos materiais para a construção. A produção em massa de ferro, aço e vidro em grandes quantidades fê-los economicamente viáveis como materiais de construção. Para os arquitetos e engenheiros foi um despertar para estruturas e edifícios até então inimagináveis na função, tamanho e forma. As fábricas têm evoluído para novas formas e usos: transformaram-se na tecnologia que se está a tornar parte de nós e do nosso dia-a-dia.
Enfrentamos atualmente o mesmo paradigma de (r)evolução como aquele iniciado em 1760: novos materiais e novas formas de construção - como a impressão em 3D, metamateriais, realidade virtual e aumentada, etc. A arquitetura (tal como muitas outras áreas) está novamente a enfrentar uma enorme rutura com um forte impacto na sociedade.
Ferramentas e tecnologias têm evoluído para nos ajudar a alcançar os nossos objetivos. Grandes mudanças na tecnologia resultaram em grandes mudanças nas estruturas sociais, e na forma como o ser humano contribui para a sociedade.
Uma maneira de traçar a história é acompanhar a evolução do trabalho ao longo dos tempos. O processos inteligentes, possibilitados pela tecnologia digital, criam um ciclo virtuoso de melhoria constante alimentado por feedback contínuo. As máquinas dominam o nosso local de trabalho. Isso tem sido possível pela explosão das tecnologias digitais.
Hoje, os avanços tecnológicos estão a tornar possível, de forma rápida, automatizar grande parte do trabalho atualmente desenvolvido pelos seres humanos.
A tecnologia é um conjunto de ferramentas que usamos de diferentes maneiras de modo a aumentar a eficiência. Embora a tecnologia tenha sempre eliminado a necessidade de alguns tipos de postos de trabalho, ela também cria novos. Os novos postos de trabalho requerem um conjunto de competências completamente diferente das até então exigidas.
A ficção científica há muito tempo que tem vindo a imaginar um futuro onde o ser humano já não tem de trabalhar e pode gastar o tempo em atividades mais nobres. Será possível que estejamos a chegar a esse ponto de inflexão na história da humanidade? De acordo com William Gibson, "o futuro já aqui está, só não está uniformemente distribuído."
A tecnologia está a trazer para a arquitetura o mundo do design computacional. Isso significa que os arquitetos estão em busca de novas fronteiras, onde a arquitetura pode ser gerada através da escrita de algoritmos e software, onde os mecanismos físicos interativos podem ser construídos para responderem ao seu ambiente, adaptando e evoluindo conforme necessário.
As máquinas não estão a melhorar a qualidade do design na arquitetura, elas estão a permitir possibilidades mais vastas e rápidas. Como referiu Stephen Guest "hoje em dia não há maior influência na construção de arquitetura e no ambiente de escritório do que a tecnologia".
A forma como interagimos com uma máquina vai muito além do ecrã: prototipagem rápida evolui para a fabricação rápida, design paramétrico, etc. A arquitetura com capacidade de reconhecer e incorporar sensores sofisticados já inerentes em telemóveis, roupas e outros produtos, irão permitir um feedback dos seus utilizadores.
Devemos continuar a explorar e tirar proveito da tecnologia, mas não de uma maneira extremista. Citando Heather Martin, "só porque a tecnologia é capaz de fazer algo não significa necessariamente que é a coisa certa a fazer."