José Dias Coelho, artista plástico e funcionário clandestino do PCP, tinha 38 anos quando, em 1961, uma brigada da PIDE o assassinou a tiro na antiga rua da Creche, que hoje leva o seu nome, em Alcântara.
Uma vida curta, desde muito cedo marcada por dois traços que iriam definir a sua personalidade: um raro talento artístico e a revolta contra as injustiças sociais e a opressão. Com 13 anos, ainda estudante liceal, já era notado pela invulgar qualidade dos seus desenhos e a expressividade das caricaturas de colegas e professores.
Vivia então em Castelo Branco, onde, pela proximidade da fronteira, se sentia fortemente a Guerra Civil de Espanha. Talvez por isso, a pintura “Guernica” de Pablo Picasso, assim como a pomba por ele desenhada para o Movimento Mundial da Paz, viriam a ser referências marcantes para o percurso artístico e para as escolhas políticas de José Dias Coelho.