A Galeria Nara Roesler | Nova York tem o prazer de anunciar a exposição coletiva multimídia GNR Presents:, que reúne uma grande variedade de obras e representa sua posição singular como uma das maiores galerias de arte contemporânea do Brasil, com 30 anos de experiência no Hemisfério Sul, porém presente há menos de dois anos no Hemisfério Norte. A mostra contribui para a dupla missão da galeria, de promover a arte brasileira no exterior e ao mesmo tempo contribuir ativamente para a internacionalização da cena artística local por meio de um rigoroso programa internacional. A mostra será acompanhada de uma série de conversas e workshops na galeria e em outros espaços em Nova York.
A seleção de obras reúne artistas de diversas gerações, do Norte e do Sul global, para refletir sobre questões formais como a função da cor, espacialidade, e a relação entre público e obra de arte. A mostra inclui trabalhos de grandes nomes da arte brasileira, como Hélio Oiticica, Sergio Camargo, Lygia Clark e Tunga, e de importantes artistas internacionais que também investigam o espaço e a percepção, entre eles Daniel Buren. Há ainda obras de artistas jovens e em ascensão que lidam com essas questões formais – Bruno Dunley e Eduardo Navarro. A obra de Dunley investiga a linguagem representacional inerente à pintura; os projetos de ação participativa de Navarro ativam a presença do público. A mostra GNR Presents: também reflete sutilmente sobre os conceitos de Norte e Sul global, com obras dos latino-americanos Vik Muniz e Alexandre Arrechea, que homenageiam Nova York retratando símbolos da cidade como o Museu Guggenheim e o edifício Chrysler.
O tema da cor perpassa toda a exposição, com uma presença espacial e física que gera relações de correspondência entre diferentes trabalhos. Alguns artistas utilizam a cor visivelmente, em superfícies planas, para investigar a forma no espaço; outros apresentam estratégias semelhantes em campos tridimensionais. Os Metaesquemas (1957 – 1958) de Hélio Oiticica e os Planos em Superfície Modulada (1957) de Lygia Clark, por exemplo, são esboços monocromáticos de formas geométricas que geram uma interação entre figura e fundo. Essas obras contestam sua própria bidimensionalidade, sugerindo instabilidade, movimento (no caso de Oiticica) e profundidade (no de Lygia). Oiticica obtém esses efeitos pelo emprego parcial de uma estratégia rítmica de “espelhamento” na qual seus padrões se repetem. A instalação Prisms and Mirrors, High Reliefs (2017), de Daniel Buren, segue a mesma linha de experimentação, buscando realçar a cor e a luz pela espacialidade, mas Buren vai mais longe ao permitir a participação ativa do espectador e de seu espaço.
Também há uma correspondência entre Sem Título (2016), de Abraham Palatnik, e Sem Título (1999), da série Escalpo, de Tunga. As duas obras testam as capacidades cognitivas de mídias fragmentadas, mas Palatnik o faz sobrepondo os potenciais pictóricos da madeira e da tinta; Tunga, por sua vez, trabalha com fios maleáveis de latão que lembram cabelo em pentes. Outro diálogo acontece entre o relevo escultural branco de Untitled # 268 (1970), de Sérgio Camargo, e os sistemas minúsculos de Marco Maggi em Language in Residence (2016). A escultura de Camargo incorpora a polaridade entre superfície e escultura, permitindo que a luz incida sobre as formas suaves contidas na madeira; já Marco Maggi revela um sistema formado por baixos-relevos diminutos.
A exposição inclui obras de: Abraham Palatnik, Alexandre Arrechea, Artur Lescher, Bruno Dunley, Cristina Canale, Daniel Buren, Eduardo Navarro, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Marco Maggi, Milton Machado, Sérgio Camargo, Tunga, Vik Muniz, Xavier Veilhan.