Tassi de Oliveira
Colabora no Meer desde novembro de 2023
Tassi de Oliveira

Baiana. Taurina. Vítima de um colorismo estatal, onde o apagamento que lhe cultua agora é o fator de saber que não é parda e sim preta! Dona de um coração grande, de sonhos coletivos, de fala imponente. Sua avó que muito a influencia de forma póstuma - era uma famosa filha de Santo, respeitada yabá na comunidade. É sua fonte primária de inspiração tanto na educação quanto na gastronomia.

Fez sua formação na vida e em duas faculdades: Pedagogia e Gastronomia.

Acredita que as influências indiretas de suas família a levaram até aqui, afinal, honra essa herança também por meio da escrita, já que seu primeiro contato com o mundo das letras veio pelo avô, que devido a idade já não escreve, mas foi um jornalista/redator da Universidade Estadual de Santa Cruz, por mais de três décadas, isto sem ao menos ter posto seu corpo diretamente numa sala de aula universitária. Seu diploma foi a vida. Nisso é bacharel.

Antes de entrar no fantástico mundo da gastronomia, seus passos foram bem firmados em congressos em nível nacional. Com cursos na Fundação Lemann e Fundação Estudar, passou por uma peneira de quase mil jovens do Brasil para conseguir uma vaga nestes espaço que a ajudaram no processo de descobrimento profissional. Com isso, sua atuação em São Paulo foi iniciada em projetos sociais, tendo como destaque o trabalho no projeto Periferia Sustentável, desenvolvido na Ong Arrastão e apoiado por parceiros comerciais como o Assaí Atacadistas.

Sua jornada na área social a levou a comunidades socialmente marginalizada, onde lecionou gastronomia com potencial para o desenvolvimento de renda das famílias atendidas. Gosta de fazer o paralelo entre seu saber e Robin Hood: tiramos de onde tem mais para levar para onde tem menos. Assim constrói sua trajetória de divisão do saber. Estudando em escola de nível internacional, como Stanford e Hong Kong University, transportou o que adquiriu para lugares mais remotos da capital de São Paulo.

Trabalhou em grandes projetos sociais, assim como trabalhou com grandes nomes da gastronomia paulistana, usando sua faculdade de gastronomia. Atualmente, foco os estudos na afrodiáspora e utiliza desde mesmo saber para transformar os lugares onde leciona.

Possui pós-graduação em gastronomia brasileira, tema que lhe desperta interesse profundo. Na área de Educação, esta concluindo uma pós em Educação e Tecnologia Profissional, em uma faculdade pública, que era seu grande anseio.

Seu currículo inclui restaurantes 5 estrelas, incluindo um que está no Guide Michelan, o extinto Mimo Restaurante, onde atuou como Chef Executiva. Possui prêmios diversos na área gastronômica, como o oferecido pela Câmara de Vereadores de São Paulo; prêmio de destaque estudantil gastronômico pela conceituada revista Go Where. Participou de dois realitys show: Que Seja Doce, pela GNT e Cozinhe Se Puder, pelo Discovery Channel, onde saiu campeã.

Sua carreira também desboca na escrita, onde utiliza das experiências profissionais, pessoais e estudantis para tecer suas linhas. Seus textos estão focados na descolonização dos ingredientes, técnicas, comersais e nas memórias afetivas da cozinha de sua casa onde fora criada.

Sua proximidade com a ancestralidade foi uma descolonialismo político. Desamarrou seu cabelo liso, socialmente imposto e facilmente comprado nas farmácias da cidade, por um cacheado que lhe trouxe uma nova visão de si e posteriormente uma conduta alinhada àquela hereditariedade que trouxemos no início desta pequena biografia.

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