Desde criança que sempre demonstrei gosto e aptidão pela escrita. Começou com cópias de textos e ditados e evoluiu para a leitura de obras mais extensas. Encontrei em livros partes de mim que não sabia estarem perdidas, assim como refúgio da realidade que me rodeava; era muito fácil para uma criança tão imaginativa como eu perder-me nos mundos de fantasia que as histórias encantadas ofereciam… E querer sempre mais.
Essa procura pela fantasia e gosto pela leitura e escrita transpuseram-se às barreiras linguísticas e provaram ser um gosto comum também à língua inglesa. Ambos os idiomas foram as minhas disciplinas favoritas durante muitos anos. Aprender novas formas de me expressar e de comunicar com o mundo sempre foi fascinante.
Na pré-adolescência percebi que a escrita criativa e a poesia seriam também escapes saudáveis através dos quais poderia expressar emoções complicadas de desconstruir, permitindo-me um sentimento de catarse sobre as mesmas.
No final do liceu tive uma epifania; apercebi-me que a minha profunda paixão pela música e em denotar o significado das emoções por trás das minhas canções favoritas aliada ao meu afecto pela escrita e pela leitura só poderiam significar uma única coisa: crítica musical. Desde esse dia que passou a fazer muito sentido na minha cabeça o que queria fazer profissionalmente com a minha vida.
Como bom produto da minha geração, a cultura Pop tem um grande peso na minha vida. Nascida em 1995, a minha geração - que cresceu com tecnologia nas mãos - vive cronicamente online e é bombardeada por notícias e novidades a toda a hora. Tornou-se óbvio para mim que apesar da música ser o ponto central do meu leque de interesses, existem efectivamente mais temáticas que me despertam curiosidade e que devem ser exploradas, como a cinematografia, a cultura e o mundo do espectáculo. Todo o tipo de arte que me mova tem um lugar cativo no meu coração e, por consequência, no meu teclado.
No entanto, esta vertente de começar a escrever críticas sobre obras artísticas só se viria a manifestar na faculdade, através de uma cadeira aptamente designada de Análise do Espectáculo. Aquando do período de quarentena do Covid-19 todos os métodos escolares até então aplicados iriam mudar, quer no ensino secundário quer no ensino superior. Foi colocado em vigor o regime remoto de aulas (agora dadas através de plataformas como o Zoom ou o Skype) e os métodos de avaliação das capacidades dos alunos seriam avaliados, nessa cadeira, através da escolha de algumas peças de teatro ou performances, que seriam visualizadas e serviriam como base para serem analisadas mediante o que foi aprendido durante o semestre. Numa palavra, ser-nos-iam pedidas críticas das mesmas.
Apesar de o teatro não ser um tema que me agradasse particularmente na minha licenciatura (Estudos Artísticos variante de Artes do Espectáculo), dei por mim a analisar em pormenor os elementos visuais, estéticos e emocionais transmitidos pelas obras, fortalecendo o meu pressentimento de que estava a enveredar pelo caminho académico certo. Isto deu-me um prazer tal que comecei seriamente a ponderar em seguir profissionalmente o caminho de crítica profissional/freelancer, até porque é uma actividade em que todos os elementos que para mim são importantes estão presentes: comunicação? Check, escrita e verbal! O consumo de obras magníficas? Check! A análise metódica para além do que superficialmente se vê? Check! E, por fim, o prazer que se sente em trazer algo novo aliado à possibilidade de conseguir ser renumerado por tal? Check!
No presente posso dizer que tenho vindo a adquirir alguma experiência na escrita de críticas, nomeadamente em colaboração com o Repórter Sombra (em português). O meu objectivo neste momento é solidificar a minha experiência na escrita de artigos cujo conteúdo seja do meu interesse, de modo a estabelecer a minha presença neste meio. As minhas capacidades de escrita e interpretação aliadas ao meu estilo irreverente e à minha inteligência emocional fazem de mim alguém profundamente apaixonado em desempenhar esta actividade.