A temporada atual da Fórmula 1 não tem visto muitas emoções.
Com uma dominância ainda existente da Red Bull Racing, que colhe os frutos da junção do trabalho mecânico com o talento dos pilotos, esperar resultados surpreendentes no campeonato é apostar na decepção.
Obviamente, os finais de semana de corrida não perdem a emoção: apesar dos resultados esperados, os treinos, qualys e corridas são sempre um espetáculo. E mais do que isso, é um espetáculo lotado.
Olhando o esporte com a perspectiva comercial, afinal é um dos campeonatos esportivos que mais faturam, a Fórmula 1 tem, sim, visto muitas emoções.
Em 2023, o campeonato faturou mais de 3,2 bilhões de dólares, de acordo com a Liberty Media, grupo dono da principal categoria do automobilismo. Além da maior quantidade de corridas no calendário anual, o aumento do público e dos patrocínios também é responsável por esse faturamento crescente..
Com uma série na Netflix, que tende a uma abordagem maniqueista do esporte, e um público fervoroso no TikTok, cada vez mais jovens mostram-se interessados pelo assunto.
Muitos torcedores mais tradicionais entortam o nariz e não “aprovam” a popularidade do esporte entre o público mais jovem que chega por conta do seriado ou dos vídeos nas redes sociais.
Independente dessa disputa de “eu sou mais fã do que você” e “eu entendo mais de carro do que você”, o público conquistado nos últimos anos tem levado o esporte ao mundo pop e a patrocínios cada vez maiores.
Quem já esteve ou assistiu a um GP de Miami, por exemplo, sabe bem o quão espetaculoso pode ser um final de semana da Fórmula 1.
Cada vez mais celebridades marcam presença nos paddocks carregando com si marcas de segmentos variados.
E quem diz que moda e F1 não combinam ou não conhecem Lewis Hamilton, Guanyu Zhou e George Russell – pilotos que em todos os Grands Prix fazem suas próprias Fashion Weeks – ou nunca olharam para o esporte com o valor mercadológico que tem.
Por ser um esporte caro, uma boa parte do público da F1 conversa e consome marcas de luxo: a Rolex, por exemplo, é uma grande patrocinadora do campeonato desde 2013.
Outras marcas têm apostado na principal categoria do automobilismo para conquistar visibilidade. Sob a direção de A$AP Rocky, a parceria entre Puma e F1 estreou em 2023 durante o GP de Las Vegas e foi uma grande aposta da marca.
Ainda em 2023, a Ferrari fez seu debut na Semana de Moda de Milão com uma coleção assinada pelo designer Rocco Iannonee e a publicidade em cima do desfile rendeu um vídeo dos dois pilotos da escuderia – que fazem sucesso nas redes sociais – desfilando em clima descontraído.
O sucesso das parcerias é tamanho que tem algumas marcas na fila esperando sua vez, a Adidas é uma delas.
A marca Tommy Hilfiger, famosa pelo estilo mais clássico, associado às tendências “preppy” e “old money”, hoje patrocina a Mercedes e veste com frequência os pilotos da equipe. Em 2025, essa cota de patrocínio passa a ser da Adidas, caracterizando uma mudança do visual clássico da equipe para um mais esportivo.
Em 2025, as mudanças vão além da moda. A parceria entre Lewis Hamilton, heptacampeão mundial, e a Mercedes chega ao fim. Depois de mais de 10 anos na equipe, em 2025 o piloto passa a correr pela Ferrari.
Além do talento automobilístico, o britânico é um dos responsáveis por trazer popularidade ao esporte. Ativista, modelo, piloto e fashionista, Sir Lewis ousa muito também fora das pistas.
Os looks impecáveis e surpreendentes para os paddocks já renderam até convite para o Met Gala, evento que reúne anualmente celebridades do mundo da moda e grifes em um tapete vermelho muito comentado.
O atleta também já protagonizou campanhas do Itaú, Tommy Hilfiger, Valentino, LG e L’Oréal e costuma usar sua voz para falar sobre a luta racial e a quebra de estereótipos.
Será que teremos muitos modelitos vermelhos do piloto ano que vem?