Reúne suas paixões em um único projeto, incorporando o pensamento crítico, a formação acadêmica em Letras e o encanto pela moda. Com todas essas essências, realiza pesquisas e desenvolve artigos problematizando o cenário da moda e promovendo um debate crítico acerca do consumo excessivo da indústria têxtil.
Curitibana preta que vive em Portugal, formada em Letras Inglês pela Universidade Federal do Paraná, com uma breve vivência em sala de aula e uma vasta experiência profissional em áreas aleatórias que a vida de imigrante a permite. Se descobriu como mulher preta enquanto passava por uma transição capilar, o que a levou a resgatar a sua negritude e desenvolver o interesse pela pesquisa racial no Brasil.
Desde então, na universidade se dedicou a destrinchar obras que abordam as diversas e perfeitas camadas que estruturam o racismo no Brasil. Militou incansavelmente pesquisando por questões raciais, bem como identidades minoritárias, branquitude, educação libertadora, etc., lendo autores como Paulo Freire, bell hooks, Djamila Ribeiro e muitos outros que contribuíram para a sua raiva acerca das desigualdades de raça no Brasil.
O projeto de pesquisa acadêmica teve como tema “Resistências Diante de Tentativas de Abalar a Branquitude: Um Olhar Autoetnográfico de Experiências Vividas em Ambiente Escolar”, no qual analisou como os alunos de uma escola particular absorviam aulas que promoviam o debate crítico acerca dos privilégios da branquitude.
Tal experiência tanto de docência quanto de pesquisa a fizeram adoecer mentalmente à medida que percebia que não há vitória para a população preta brasileira. Por isso, fez lar em Portugal como uma tentativa de fugir das estatísticas da mulher preta no Brasil.
No país dos invasores passa por todas as adversidades que a vida de uma imigrante a conduz. Mas sem deixar de aproveitar as belezas naturais que o país colonizador tem pra oferecer, passeando, viajando, tirando fotos pro instagram e se perguntando como um país que destruiu o Brasil atrás de ouro é tão pobre atualmente.
As reflexões acerca de moda que escreve envolvem conteúdos que indagam o consumismo de roupas, cujo setor é o segundo maior responsável por causar danos irreversíveis ao meio ambiente, além de trazer inquietações que englobam a produção de moda, bem como a homofobia, gordofobia, etc. presentes nas campanhas e nas produções, sem mencionar o racismo na moda que marginaliza pessoas pretas da criação de moda, dos desfiles, das vendas e até mesmo poder de compra de novas peças.
É apaixonada por brechó e acredita que “roupa sustentável é aquela que já existe”. Nas suas redes cria looks de milhões gastando centavos em brechós e escreve críticas em relação ao consumo de moda.