José Andrade
Colabora no Meer desde agosto de 2023
José Andrade

Sou José Andrade, filho do André Jolomba e de Isabel Paulo, Natural de Huambo (Angola). Sou Licenciando em Engenharia informática e, Direito Geral da Matriz Lusófona Pela Universidade José Eduardo dos Santos e, pelo Instituto Superior Politécnico da Caála. Sou poeta declamador e escritor, artes que ao longo dos anos têm se mostrado ser os grandes amores da minha vida. Dedico-me ao exercício de actividades sociais cujo intervencionismo pondera mudar a consciência das pessoas da minha faixa etária. Sou por meio da poesia escrita e cantada, um activista social.

A minha jornada enquanto pessoa, resulta, desde que me conheço por pessoa, de um desencontro fatal entre a vontade e a inexplicável partida sem regresso, ao começo de uma vida cheia de intrigas e desilusões, que bem vistas as coisas me tornaram na pedra escultórica que nas mãos de Deus me permite ser essa pessoa de quem não gosto muito, mas que também, bem vistas as coisas, nada mal fica na fotografia do relato sobre os descamisados de uma nação adiada por políticas cuja função é industrializar a miséria para que jamais nos esqueçamos de que aqueles cujo maior privilegio foi ter nascido antes de nós, podem tudo, diante de todo o nada que representamos enquanto gado e material descartável de toda esta metástase e, gado este, que só ganha significância nas estatísticas da pobreza e nos obituários de jornais há muito abandonados pela vontade de leitura e tempo, desta gente que parte sem direito a regressar àquilo que sempre sonhou.

José Andrade, um cidadão qualquer, que muito se identifica e iguala na miséria com cada uma das crianças vendedoras ambulantes, e todas estas mães nuas e crianças engraxadoras de Angola, é um narrador de sangues divergentes vertidos por todos aqueles cuja sorte ficou amparada pelo descaminho cultivado por um grupelho de indivíduos que rapinou os intentos de todas as maiorias e as transformou em um hino de manutenção das suas vontades, Andrade é um político natural, cujo sonho é realizar o sonho de cada uma destas pessoas, cujo direito de dizer também depende de uma autorização assinada e carimbada pelo poder político que estupra o país há mais de 48 anos.

A literatura, arte que se converteu em confessionário para as cãibras de minha alma, é um legado de meu muito saudoso Mestre José Saramago e de meu Pai na literatura Fridolim Kamolakamwe, autores portugueses aos quais não poderei pagar jamais e, cujo modo de abordagem me transformou na pessoa indesejável para as caixas de ressonâncias intrínsecas ao poder político e todas as instituições que considero transversais no adiamento dos meus e dos sonhos de todos os jovens Angolanos.

Pela defesa do direito de dizer.

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