Lembro-me bem dos tempos de escola, nas aulas de ciência, em que aprendi sobre o efeito estufa e a possibilidade de aquecimento global. Isso foi antes dos anos 2000 e já se falava muito sobre as mudanças climáticas no planeta. Ou seja, não é de hoje que ouvimos falar sobre os efeitos da intervenção humana no meio ambiente. Mas por que ainda temos tanta dificuldade em tratar o assunto na prática? Será que somos realmente capazes de interferir na natureza a ponto de mudar o curso das coisas?

Apesar de não ser uma profissional do ramo da ciência, acredito que seja importante, como cidadã do mundo, estar ciente de tudo o que ocorre na minha primeira casa (o planeta Terra) e espalhar o conhecimento para outras pessoas. Você já pensou nisso? Esse papel de cidadãos de zelar pelo nosso lar, para que gerações futuras possam viver tranquilamente, já nos traz a certeza de que temos, sim, uma pequena parcela de culpa pelo que vem acontecendo nos últimos tempos com o planeta.

Por isso, achei útil falarmos desse sentimento de culpa de estarmos estragando a Terra pelo simples fato de existirmos. Aliás, a ideia, se analisarmos as falas dos cientistas há anos, não é a de culpar ninguém, mas conscientizar a todos que vivem nesse planeta que temos, sim, muita responsabilidade sobre as mudanças climáticas.

Voltemos ao princípio. Qual é a fala dos cientistas que comprova a interferência humana como uma das principais causas das mudanças climáticas? Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científicas, existe 90% de certeza que o aumento de temperatura (aquecimento global) na Terra é causado pela ação do homem.

Tudo começou já na época da Revolução Industrial, em que o homem passou a emitir grandes quantidades de gases de efeito estufa (GEE), principalmente o dióxido de carbono. Desde então, os cientistas vêm observando que o aumento da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar por causa do derretimento das calotas polares. Eles concluíram que isso pode ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas povoadas.

Além disso, previam uma maior frequência de eventos climáticos extremos como tempestades tropicais, inundações, secas, ondas de calor, nevascas, furacões, tsunamis e tornados, trazendo graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais. Tudo o que, de fato, presenciamos cada vez mais (infelizmente) no Brasil e no mundo. Mas o que realmente fazemos no nosso dia a dia que impacta o meio ambiente causando essas mudanças climáticas?

Dentre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e, por consequência, as mudanças climáticas, estão a queima de combustíveis fósseis como os derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural para geração de energia, atividades ligadas às indústrias e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária; descarte de lixo e o desmatamento. Todas elas emitem grande quantidade de gás carbônico e de gases formadores do efeito estufa.

E quais são os lugares que mais cooperam com essas mudanças? Devido ao desenvolvimento industrial, os países desenvolvidos têm sido responsáveis por boa parte das emissões de GEE. Contudo, os países em desenvolvimento vêm aumentando com frequência suas emissões. Atualmente, o ranking está assim: a China em primeiro lugar, seguida pelos Estados Unidos, União Europeia e Brasil.

Falando especificamente do Brasil, as mudanças do uso do solo e o desmatamento são as maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa no país e, por isso, está entre os lugares do planeta que precisam mudar seu comportamento diante do meio ambiente.

Isso ocorre devido às áreas de florestas e aos ecossistemas naturais serem grandes reservatórios e sumidouros de carbono por sua capacidade de absorver e estocar gás carbônico, o que explica os incêndios florestais e os efeitos das áreas desmatadas nos últimos anos. E o que podemos fazer para combater os efeitos dessas mudanças?

Há várias formas de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa e, consequentemente, os efeitos no aquecimento global. Começando por diminuir o desmatamento, investir no reflorestamento e na conservação de áreas naturais. Também é possível incentivar o uso de energias renováveis não convencionais como a solar e a eólica, dar preferência em utilizar biocombustíveis (etanol, biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel) e investir na redução do consumo de energia e na eficiência energética.

Além disso, podemos reduzir, reaproveitar e reciclar materiais, investir em tecnologias de baixo carbono e aprimorar o transporte público com baixa emissão de GEE. São estas medidas que podem ser estabelecidas através de políticas nacionais e internacionais de clima com o intuito de melhorar a nossa vida na Terra.

Você identificou algo que possa fazer pela vida do planeta? Seja você pessoa física ou jurídica, o importante é contribuir com o bem-estar do meio ambiente de forma saudável e segura.