Simultaneamente à grande retrospectiva de Julio Le Parc no Instituto Tomie Ohtake, a Galeria Nara Roesler | São Paulo apresenta Julio Le Parc: 9 + 3 + RV, exposição que reúne trabalhos do icônico artista argentino. Fazem parte da exposição nove pinturas recentes da série Alchimie (2016/2017), trabalhos em grande escala em acrílica sobre tela, concebidos a partir de vários estágios de desenhos e de pinturas menores que se expandem em composições modificadas progressivamente; três esculturas da série Torsion (2004), que em tamanhos monumentais, ocupam espaços públicos de países como México, Portugal e Estados Unidos; e pela primeira vez na América Latina, Alchimie Virtuel, uma obra em realidade virtual.
Alchimie Virtuel atualiza a questão da virtualidade apresentada por Le Parc há mais de 50 anos e pela qual foi considerado um visionário. Presente em pinturas como Réels et virtuels / serie Surface noir et blanc (anos 50), Volume Virtuel (anos 70), e nas esculturas Cercle Virtuel (anos 60), a virtualidade é atualizada em sua obra a partir da tecnologia.
"O trabalho de Julio Le Parc simultaneamente experimental, visionário e lúdico, permanece pertinente no presente, assim como foi nos anos de 1960, e suas preocupações relacionadas à política, ao papel do público, ao artista e ao poder da organização das artes são ainda relevantes e significativas", escreve o crítico Hans Ulrich Obrist, no catálogo da exposição Bifurcations. Galeria Perrotin, Paris, 2017.
Como parte da programação paralela da exposição, a Galeria Nara Roesler recebe a artista e professora Giselle Beiguelman para um talk sobre a obra de Julio Le Parc e a sua recente experiência no mundo da realidade virtual.
Giselle Beiguelman é artista e professora da FAUUSP. Seu trabalho inclui intervenções em espaços públicos, projetos em rede e aplicações para dispositivos móveis. Sua prática artística e intelectual se baseia em uma abordagem crítica das mídias digitais e de seus sistemas de informação. No seus projetos mais recentes aborda as estéticas da memória e as políticas do esquecimento. Várias de suas obras integram acervos museológicos no Brasil e no exterior, como ZKM (Centro de Arte e Mídia), Alemanha, Yad Vashem (Jerusalem), Coleção de arte latino-americana da Universidade de Essex (Inglaterra), MAR-RJ e MAC-USP. É autora de Futuros Possíveis: arte, museus e arquivos digitais (2014), entre outros. Recebeu o Prêmio ABCA 2016 (Assoc. Bras. dos Críticos de Arte), na categoria Destaque, entre outros.